Pode haver (ou não) uma nova explicação para as alterações climáticas: É a existência de um “super ciclo” climático, impulsionado pela gravidade de Marte, que estará a agitar as correntes oceânicas da Terra, há 40 milhões de anos.
Um estudo, publicado esta terça-feira na revista Nature Communications, revelou que a força gravitacional de Marte pode ser suficientemente forte para agitar os oceanos da Terra.
Como nota a New Scientist, há muito tempo que se diz que as oscilações na órbita da Terra em torno do sol influenciam as alterações climáticas.
Agora, um grupo de investigadores da Universidade de Sydney, na Austrália, parece ter fundamentos para fortalecer tal teoria, depois de ter encontrado um “super ciclo” de 2,4 milhões de anos – teoricamente, impulsionado por Marte – com impactos significativos, nas correntes dos oceanos da Terra durante, pelo menos, 40 milhões de anos.
Esta teoria surge da análise de quase 300 núcleos de perfuração do fundo do mar, que mostraram variações inesperadas na deposição de sedimentos oceânicos.
Tradicionalmente, espera-se que os sedimentos se depositem em camadas contínuas. No entanto, correntes e redemoinhos incomuns podem alterar este padrão.
A equipa sugere que as falhas na deposição de sedimentos correspondem a períodos em que a gravidade de Marte exerce a maior força sobre a Terra, afetando a estabilidade da órbita terrestre.
Este fenómeno poderia alterar os níveis de radiação solar e, consequentemente, mexer com o clima, resultando em correntes oceânicas e redemoinhos mais intensos.
Contudo, dada a “tamanha” distância entre Terra e Marte, os investigadores reconhecem que é difícil que Marte tenha uma influência gravitacional significativa.
À New Scientist, Matthew England – da Universidade de New South Wales (Austrália) e alheio à investigação – levanta, precisamente, essas dúvidas: “Estou cético, uma vez que a força gravitacional de Marte sobre a Terra é muito fraca – apenas cerca de um milionésimo da do sol. Até Júpiter tem um campo gravitacional mais forte para a Terra”.
O mesmo investigador alerta que este estudo não deve ser usado como forma de “desculpabilizar os humanos” pelas alterações climáticas: “A força dos gases de efeito estufa é como um martelo em comparação com isto”.
Matthew England garante que as atuais irregularidade oceânicas se devem ao derretimento das calotas polares.