“Sim, não, sim”. Afinal, Pedro Nuno viabiliza ou não um governo minoritário da AD?

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António Pedro Santos / Lusa

O Secretário Geral do Partido Socialista, Pedro Nuno Santos

Se no debate com Montenegro prometeu abrir caminho a um governo minoritário da AD, Pedro Nuno diz-se agora “desobrigado de cumprir o que disse” — exige “reciprocidade” ao líder do PSD.

“O PS, se não ganhar, não apresentará uma moção de rejeição nem viabilizará nenhuma moção de rejeição se houver vitória da AD”.

Foi assim que o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, garantiu, no debate com o líder social-democrata Luís Montenegro de segunda-feira, que não se opõe a um governo minoritário da AD caso a coligação vença as eleições.

Nos dias a seguir ao debate, veio, pouco a pouco, corrigir a promessa.

Terça-feira, completou a afirmação inicial, dizendo que viabilizaria esse governo da AD desde que o PS não conseguisse formar uma maioria no Parlamento.

“Ontem fui muito claro sobre isso. Nós só governaremos se ganharmos ou conseguirmos formar uma maioria. Infelizmente, ainda não tivemos da parte do líder do PSD a uma resposta à viabilização de um governo do PS”, começou por dizer.

“Acho que por razões de clareza de debate político devia haver a mesma frontalidade e clareza do meu oponente em relação à governabilidade, porque nós fomos claros. Governamos se ganharmos ou se conseguirmos formar uma maioria, de outra forma não o faremos e estamos à espera que o líder do PSD possa dizer o mesmo”, disse.

Saltando para quarta-feira, o líder socialista já virou o disco: disse que se sentia “desobrigado” da promessa que fez no debate caso o PSD não viabilizasse um governo minoritário do PS.

O secretário-geral socialista exigiu reciprocidade ao líder do PSD na viabilização de um governo minoritário do PS, após ter admitido deixar cair o compromisso assumido no debate televisivo de segunda-feira.

“Se não houver reciprocidade do PSD em viabilizar um governo minoritário do PS, o partido sente-se desobrigado de cumprir o que disse no debate com Luís Montenegro”, afirmou Pedro Nuno Santos antes de uma iniciativa da CIP, no Porto.

O líder socialista corrigiu depois a palavra “desobrigado”, clarificando que “o fundamental é exigir reciprocidade” e mantendo a promessa feita no frente-a-frente com Montenegro na segunda-feira de viabilizar um executivo minoritária da AD, acusando Luís Montenegro de “continuar sem dizer o que fará perante um governo do PS”, Pedro Nuno insistiu que “essa resposta impõe-se”.

Exigimos e esperamos do PSD aquilo que garantimos ao PSD. O que queremos é que o PSD responda ao repto do PS”, esclareceu Pedro Nuno Santos após intervir no congresso da Confederação Empresarial de Portugal, no Porto.

“O PSD não está disponível para garantir ao PS aquilo que o PS garantiu. E, por isso, sentimo-nos desobrigados. Na realidade ninguém pode impor ou exigir ao PS que faça aquilo que o PSD não está disponível para fazer”, disse Pedro Nuno Santos na intervenção inicial, antes de retirar o termo “desobrigado”.

A ausência de esclarecimento por parte do líder da AD, para o socialista, “levanta novamente a questão (…) sobre o que isso significa sobre potenciais alianças que o PSD quer construir”.

“E esta é uma questão muito relevante. Por isso é que falo de estabilidade, o país precisa de estabilidade e nós temos condições para a garantir”, insistiu, considerando que a “estabilidade não é garantida” quando se olha para a direita e que “por isso é que falava de bagunça”.

“E não é só porque não se entendem, porque o André Ventura quer Luís Montenegro e Luís Montenegro prefere Rui Rocha e ambos não querem André Ventura, mas porque a AD apresenta ao país um programa que é uma verdadeira aventura fiscal que corresponde a um buraco orçamental muito significativo”, continuou.

Recorrendo aos números, o dirigente socialista disse que a “aventura fiscal significa, em quatro anos, menos 16,5 milhões de euros”, um valor que sobe “para 23,5 milhões de euros” se for acrescentado “às outras medidas que estão no cenário do próprio PSD”, alertando, a propósito, que os tempos que se avizinham “são de incerteza, que exigem prudência”.

Para justificar esse cuidado, lembrou que recentemente França apresentou “um pacote de austeridade de 10 mil milhões de euros”, enfatizando não ser isso que quer que aconteça em Portugal.

ZAP // Lusa

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6 Comments

  1. Este fulano não tem emenda na sua postura politica e na sua pouca palavra séria, já que da outra tem muita… É um vira-vento irresponsável.
    Portugueses vamos querer um fulano destes a “governar” o dinheiro dos nossos impostos ? Abram os olhos…

  2. Luis Montenegro e os seus papagaios, têm que consultar o dicionário, para aprenderem o significado de “desobrigado”.
    Significa que a pessoa não se sente obrigada, o que não invalida que decida fazer, mesmo considerando-se desobrigado (não obrigado).
    É uma questão de bom português que, está visto, não assiste a todos.

  3. Este PNS é uma autêntica aberração. Parece um garotolas.É o Zé das piruetas, quando antes já tinha sido protagonista de palhaçadas e ridículos que culmiram na sua fuga do governo.

  4. Este papagaio Pedro Santos tem todo o estilo de Sócrates. Este pinóquio é apologia da derrocada. É só tralha no partido da rosa murcha.

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