Comunidade internacional culpa Putin pela morte de Navalny. Portugal não é exceção

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O ministro dos Negócios Estrangeiros português (MNE), João Gomes Cravinho, responsabilizou Vladimir Putin pela morte do seu opositor Alexei Navalny. Mas não está sozinho na ideia.

João Gomes Cravinho alinha-se com o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy, e outras personalidades da política internacional, na atribuição de culpa a Putin, pela misteriosa morte de Alexei Navalny, o principal opositor russo, esta manhã.

Navalny, que tinha 47 anos, morreu esta sexta-feira, numa prisão, na região de Yamalo-Nenetsia, no noroeste da Sibéria, na Rússia, a cerca de 65 quilómetros a norte do Círculo Polar Ártico, para onde tinha sido transferido em dezembro, depois de ter sido dado como desaparecido.

Através de uma publicação na rede social X (antigo Twitter), o ministro dos Negócios Estrangeiros português homenageou o ativista político, culpando Putin pelas circunstâncias draconianas que levaram à morte precoce do ativista.

“Presto homenagem a Alexei Navalny, que resistiu ao regime de Putin e lutou pela democracia na Rússia. Putin, que exerceu o seu poder arbitrário prendendo-o em circunstâncias cada vez mais draconianas, é responsável pela sua morte“, pode ler-se na publicação.

Minutos depois, Gomes Cravinho – que se encontra, esta sexta-feira, na Conferência de Segurança de Munique – voltou a fazer uma publicação sobre a mulher de Navalny, Yulia Navalnaya, que apareceu de surpresa e discursou num num “momento profundamente tocante”.

Navalnaya, num discurso visivelmente com as emoções à flor da pele, apelou para que Putin seja “responsável por todas as atrocidades cometidas”, sugerindo que o líder russo pagará pela morte do marido.

Se isto for verdade, gostaria que Putin, toda a sua equipa, toda a sua comitiva, todo o seu governo e os seus amigos soubessem que serão punidos pelo que fizeram ao nosso país, à minha família e ao meu marido. Serão levados à justiça e esse dia chegará em breve”, disse Yulia Navalnaya.

A notícia foi divulgada, esta manhã, pelos serviços prisionais da Rússia, adiantando que Navalny “sentiu-se mal”, durante uma caminhada, e “caiu inconsciente”.

Contudo, os porta-vozes de Navalny ainda não confirmaram a morte – daí o ‘esperançoso’ “se isto for verdade”, dito pela mulher do ativista.

UE, EUA e Ucrânia juntos contra Putin

Tanto a União Europeia (UE) como os Estados Unidos da América (EUA) têm Vladimir Putin como único responsável pela morte de Alexei Navalny.

Numa publicação no X, o presidente do Concelho Europeu disse que esta morte é o preço da sua luta pela democracia. Charles Michel deixou ainda clara a posição da UE, que “considera o regime russo o único responsável por esta morte trágica”.

Por seu turno, o alto representante da UE para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell admitiu que “enquanto não se souberem mais informações, esta é uma responsabilidade exclusiva de Putin”.

Também Ursula von der Leyen lamentou a “perda de um lutador pela liberdade”.

De forma mais expectável, o principal rival externo russo, neste momento, Volodymyr Zelenskyy foi dos primeiros a pronunciar-se sobre a morte de Navalny, dizendo não ter dúvidas que “foi morto por Putin”.

Do lado de lá do Atlântico, o chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, reforçou a ideia de que o Kremlin é “responsável pela situação que levou à morte do opositor Alexei Navalny”.

Ainda ontem Navalny estava “bem”

Esta quinta-feira, Navalny aparentava estar bem de saúde, quando apareceu em tribunal, por videoconferência, como tinha vindo a ser habitual.

Preso por “extremismo”, o ativista foi detido em janeiro de 2021 ao regressar à Rússia, depois de ter estado em recuperação na Alemanha de um envenenamento que, segundo o próprio, terá sido planeado pelo Kremlin.

Inicialmente posto na colónia penal IK-2, na região de Vladimir, 85 quilómetros a leste da capital russa, o crítico do Kremlin anunciou uma greve de fome a 31 de março de 2021, em protesto contra as suas condições de detenção, acusando a administração penitenciária de lhe recusar cuidados de saúde e de “tortura” por privação do sono.

Navalny tinha sido, recentemente, dado como desaparecido, tendo “voltado ao mundo” três semanas depois, numa colónia penal no Ártico russo.

Mesmo com todas estas vicissitudes aparentava estar bem-disposto e sempre com muito sentido de humor. Foi o caso de ontem, quando foi presente a um juiz do Supremo Tribunal, como mostra um vídeo que está circular nas redes sociais.

Estas são as últimas imagens conhecidas de Alexei Navalny vivo.

Miguel Esteves, ZAP //

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4 Comments

  1. Estou admirado como Navalny , conseguiu resistir este tempo todo aos Bons Cuidados do Hitler Russo , era un prisioneiro Politico de Estimação . Qual será o seguinte ? . Quando penso que há Pessoas que defendem o criminoso psicopata Putin , fico estupefacto !

  2. Como bem disse o Atento, o anão nazista, deu um tratamento ao Navalny que não se dá nem a um verme. Não precisa ser muito inteligente para saber o que o anão nazista pretendia quando o mandou para o inferno gelado. Agora, vemos os hipócritas, “líderes” de diversos países a criticar a sua morte. Por que não criticaram quando ele estava vivo???

  3. É tudo culpa do Putin. A Clinton perdeu as eleições para o Trump: é culpa do Putin. Os militares Ucranianos bombardeiam civis nas regiões do Dombass desde 2014 : é culpa do Putin. A infrastutura Russa para a entrega de gas á Alemanha é rebentada á bomba: é culpa do Putin. Morre um prisioneiro politico sem se saber ainda as causas: é o Putin.
    Parecem os vassalos do king julien en Madagascar: Fossaaaaaaa!!!

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