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Houve um aumento “preocupante” de ataques de tubarão em 2023. Devemos ficar com medo?

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O número de ataques de tubarão fatais duplicou em relação ao registado em 2022, com a Austrália a ser o país mais afetado.

Um relatório recente revelou um ligeiro aumento no número de ataques de tubarão não provocados a nível global no ano passado, com uma percentagem elevada de casos fatais. No entanto, especialistas afirmam que isso não significa que os ataques de tubarão estejam a tornar-se mais comuns.

Em 2023, foram registados 69 ataques de tubarão não provocados em todo o mundo, dos quais 10 foram fatais, de acordo com um relatório anual do International Shark Attack File (ISAF), coordenado pelo Museu de História Natural da Flórida.

Este número representa um ligeiro aumento em relação à média de 63 ataques não provocados por ano nos cinco anos anteriores (2018 a 2022), e o número de incidentes fatais duplicou em relação a 2022, quando cinco pessoas foram mortas. De acordo com Gavin Naylor, biólogo marinho da Universidade da Flórida que dirige a ISAF, o número de mortes “é um pouco preocupante este ano”.

Mais da metade dos incidentes não provocados do ano passado ocorreram em águas dos EUA, com o maior número de mordidas (16) registado na Flórida. Houve dois ataques fatais nos EUA — um no Havaí e outro na Califórnia. Entretanto, a Austrália registou o maior número de ataques fatais (4), apesar de ter apenas 22% dos ataques globais, relata o Live Science.

Surfistas, nadadores e mergulhadores de snorkel foram os mais atacados, representando 94% dos ataques não provocados. A maioria das mordidas foi atribuída a três espécies de tubarão; tubarões-touro, tubarões-tigre e grandes tubarões-brancos.

Os ataques, embora classificados como não provocados, não significam necessariamente que os tubarões atacaram ou mataram humanos deliberadamente. Muitos ataques são causados por identidade equivocada, com tubarões a confundir humanos com focas ou leões-marinhos, normalmente resultando numa única mordida antes de perceberem o erro.

O ISAF também relatou 22 mordidas provocadas, ocorrendo quando os humanos fizeram algo para desencadear um ataque, como a pesca submarina. Entre os ataques mais incomuns e graves de 2023, está o de um grande tubarão-branco que mordeu e decapitou um mergulhador no México.

Especialistas alertam que comparar estatísticas anuais não é a melhor maneira de avaliar tendências a longo prazo em ataques de tubarão. Apesar do número de mordidas fatais ter duplicado em relação a 2022, não é considerado um número incomumente alto.

Mas a longo prazo, o número de mordidas reportadas duplicou nas últimas três décadas, principalmente devido ao aumento de pessoas na água e ao maior interesse do público em relatar ataques de tubarão.

Apesar do ligeiro aumento em ataques, a probabilidade de ser morto por um tubarão é de 1 em 4,3 milhões, enquanto os humanos matam cerca de 80 milhões de tubarões por ano, dos quais cerca de 25 milhões pertencem a espécies ameaçadas. Parece que deviam ser eles a ter mais medo de nós do que o contrário.

ZAP //

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