Os planetas quando nascem são discos achatados. Os terraplanistas estão em festa

Jeremiah Horrocks Institute

Simulação de computador de planetas a formar-se num disco protoestelar

Um novo estudo permitiu concluir que, antes de atingirem a sua forma final, os planetas gasosos assumem formas achatadas.

Os planetas formam-se a partir de discos protoplanetários de poeira e gás que circundam estrelas recém-formadas.

No entanto, apesar de o material a partir do qual se formam poder ser reconhecido como tendo a forma de um disco, acreditava-se, até hoje, que, no momento em que um protoplaneta se forma, adota uma forma esférica.

Agora, um novo estudo da Universidade de Central Lancashire, que foi aceite para publicação na Astronomy and Astrophysics Letters e está disponível no portal arXiv, contesta esta tese.

A verdade é que a forma como se forma um exoplaneta ainda não é totalmente compreendida. Existem teorias que explicam o processo, sendo as mais aceites a “acreção de núcleo” e a “instabilidade do disco”.

A equipa assumiu esta última, que propõe uma formação planetária muito mais rápida do que a alternativa.

“Esta teoria é atraente devido ao facto de grandes planetas poderem formar-se muito rapidamente a grandes distâncias da sua estrela hospedeira, explicando algumas observações de exoplanetas,” explicou Adam Fenton em comunicado.

O processo de modelagem da formação de gigantes gasosos exigiu meio milhão de horas de CPU numa instalação de computação de alto desempenho, mas os resultados foram surpreendentes e valeram o esforço dos cientistas.

O trabalho sugere que os novos planetas crescem principalmente à medida que o material cai sobre eles a partir dos seus pólos, e não dos seus equadores.

A obtenção de imagens diretas de protoplanetas é mais fácil do que tentar detetar mundos já estabelecidos, mas ainda é possível apenas num número limitado de casos. Ainda assim, é provável que menos deles sejam visíveis com detalhe para distinguir a forma. 

Ainda assim, se a modelagem estiver correta, os protoplanetas terão uma aparência diferente dependendo do ângulo a partir do qual são vistos, e os telescópios mais poderosos do mundo poderão confirmar isso mesmo.

E então, o novo estudo é a prova científica derradeira de que há uma remota possibilidade de que a Terra seja plana?

Lamentavelmente (para todos os terraplanistas)… não.

ZAP //

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