Economia portuguesa surpreende. Foi a que mais subiu na UE

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Paulo Cunha / Lusa

Ministro da Economia, António Costa e Silva

Portugal escapa à recessão técnica, PIB subiu 2,3% no ano passado. Números da economia portuguesa no 4.º trimestre surpreenderam.

A economia portuguesa cresceu 2,2% em termos homólogos e 0,8% em cadeia no último trimestre de 2023, escapando à recessão técnica, tendo garantido um crescimento do PIB de 2,3% para a totalidade do ano, revelou o Instituto Nacional de Estatística (INE).

O crescimento da economia portuguesa no quarto trimestre de 2023 surpreendeu, já que os economistas consultados esperavam uma expansão do Produto Interno Bruto (PIB) em termos homólogos entre 1,2% e 2% e em cadeia entre um crescimento de 0,6% e uma contração de 0,1%.

De acordo com a primeira estimativa do Instituto Nacional de Estatística (INE), no final de 2023, a economia portuguesa cresceu 2,2% face a igual período do ano anterior e 0,8% face ao terceiro trimestre, evitando assim uma recessão técnica, depois do PIB ter contraído 0,2% em cadeia no penúltimo trimestre do ano.

No conjunto do ano 2023, o PIB registou um crescimento de 2,3%, em linha com a meta de 2,2% esperada pelo Governo, após o aumento de 6,8% em 2022, o mais elevado desde 1987.

Maior subida é portuguesa

As economias da zona euro e da União Europeia (UE) tiveram, em 2023, um crescimento homólogo de 0,5% cada, segundo uma primeira estimativa divulgada pelo Eurostat.

No quarto trimestre de 2023, por outro lado, entre os 12 Estados-membros para os quais há dados disponíveis, a economia portuguesa foi a que apresentou o maior avanço homólogo (2,2%) e também em cadeia (0,8%).

Entre outubro e dezembro, o Produto Interno Bruto (PIB) nos países da área do euro avançou 0,1% quando comparado com o mesmo período de 2022 e o do conjunto dos 27 Estados-membros cresceu 0,2%.

Em ambas as zonas, de acordo com o serviço estatístico europeu, o PIB manteve-se estável na variação em cadeia.

Exportações e importações

As exportações de bens diminuíram 1,9% e as importações caíram 5,4% no quarto trimestre de 2023 face ao mesmo período de 2022, aponta a estimativa rápida divulgada pelo INE.

Segundo o INE, “o decréscimo nas transações de bens ocorre pelo terceiro trimestre consecutivo, mas sendo menos acentuado que no trimestre anterior, em que se registaram variações homólogas de -8,7% nas exportações e -12,4% nas importações”.

No próximo destaque mensal das estatísticas do Comércio Internacional, previsto para 09 de fevereiro, a estimativa rápida do trimestre será atualizada.

Confiança sobe

O indicador de confiança dos consumidores e o indicador de clima económico voltaram a aumentar em janeiro, divulgou o Instituto Nacional de Estatística.

Segundo os resultados dos “Inquéritos de Conjuntura às Empresas e aos Consumidores”, o indicador de confiança dos consumidores aumentou em dezembro e janeiro, após ter diminuído nos quatro meses anteriores.

Já o indicador de clima económico aumentou entre novembro e janeiro, invertendo o movimento descendente observado entre julho e outubro.

Reação de Costa e Silva

O ministro da Economia, António Costa Silva, disse que Portugal “está sempre a desmentir as projeções mais pessimistas” e que o crescimento da economia acima das expectativas dá confiança no futuro, marcado por tensões geopolíticas.

“Penso que as notícias são muito positivas para Portugal e para a economia portuguesa, todos os indicadores revelam um crescimento acima de todas as expectativas que existiam, incluindo as expectativas do Governo”, afirmou o ministro da Economia e do Mar, em declarações à Lusa após a divulgação dos dados do PIB em 2023 pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

“A economia portuguesa está sempre a desmentir as projeções mais pessimistas e mais catastrofistas”, salientou o ministro, que quis deixar “uma mensagem de grande serenidade e confiança no futuro”.

Costa Silva destacou, entre outros setores, o desempenho do turismo, que atingiu receitas ‘recorde’ de 27.000 milhões de euros no ano passado, bem como o da indústria metalomecânica, que ficou 5% acima das exportações registadas em 2022, e o da indústria de complementos, que cresceu 10%.

Quanto ao investimento, que observou um decréscimo em 2023, Costa Silva realçou que o investimento direto estrangeiro reportado pela Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (Aicep) atingiu cerca de 3.500 milhões de euros, “significativamente acima” do ano anterior.

“Se nós continuarmos com aquilo que perspetivamos para 2024, que é o declínio da inflação, […] e se for conjugado com o declínio das taxas de juro do Banco Central Europeu, pode-se perspetivar notícias bastante positivas para a economia em 2024”, apontou o governante.

Para este ano, o ministro da Economia apontou como elementos que causam “alguma preocupação” as três guerras simultâneas que estão a ocorrer e a estagnação económica na Alemanha.

// Lusa

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9 Comments

  1. Blá, blá, blá… Uma economia avalia-se a médio/longo prazo com os indices de crescimento da FBCF (investimento). E qual tem sido o comportamento deste nos últimos anos? Sempre em quebra. O que significa que dentro de dois a tres anos teremos uma economia de rastos. Depois admiram-se que se diga que dentro de poucos meses a economia Romena nos ultrapassará.
    Só que não conheceu a Roménia antes de 1990 é que não percebe o que é que isto significa.
    Os Costas sabem enganar os tolos com papas e bolos…

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