Num estudo astrofísico especulativo, foi explorada a possibilidade de minúsculos buracos negros residirem no interior de estrelas, consumindo-as lentamente a partir do interior.
O artigo investiga a potencial existência destes buracos negros parasitas, sugerindo que se podem ter formado no início do Universo e que podem agora estar aninhados no interior de estrelas semelhantes ao Sol.
A base teórica para estes minúsculos buracos negros deriva do trabalho de Stephen Hawking, que propôs a formação de buracos negros primordiais nos primeiros momentos após o Big Bang.
Embora estas entidades hipotéticas pudessem explicar a matéria escura, o seu paradeiro atual permanece um mistério. A equipa de cientistas investigou a possibilidade de estes buracos negros “endoparasitas” existirem no interior de estrelas da sequência principal, como o Sol.
Os investigadores fizeram simulações numéricas de estrelas com buracos negros primordiais, calculando o impacto potencial em estrelas com massas solares entre 0,8 e 100. As suas descobertas indicam que os buracos negros mais pequenos teriam dificuldade em crescer significativamente, demorando milhares de milhões de anos a ter um impacto significativo na estrela hospedeira.
No entanto, os buracos negros com massas comparáveis às de planetas anões poderiam exibir um comportamento voraz, criando discos de acreção que produziriam luz e calor substanciais. Os investigadores cunharam o termo “estrela Hawking” para esta estrela hipotética, alimentada pelo disco de acreção e não pela fusão nuclear, explica o ScienceAlert.
A estrela de Hawking teria semelhanças com uma estrela típica, passando por fases como a de se transformar numa gigante vermelha. No entanto, a sua temperatura seria diferente, o que representa uma oportunidade para os astrónomos identificarem potenciais estrelas Hawking na Via Láctea.
O novo estudo sugere que se estudem as estrelas gigantes vermelhas anormalmente frias, conhecidas como “red stragglers”, para discernir as assinaturas do motor de um buraco negro no seu interior. Os resultados foram publicados na revista The Astrophysical Journal.
Os padrões acústicos únicos gerados pela acreção de buracos negros, distintos da fusão, podem manifestar-se como alterações mínimas de brilho na superfície da estrela. Embora a natureza exata destas alterações de brilho permaneça desconhecida, a investigação futura pretende abordar este aspeto e explorar as implicações para as estrelas em diferentes fases evolutivas.