Cerca de 50 pessoas protagonizaram este domingo um ‘beijaço’, um beijo coletivo homossexual num protesto contra a homofobia para contestar a expulsão de um bar de São Paulo, Brasil, de duas mulheres que se beijavam.
As duas jovens, com 22 e 23 anos, foram obrigadas a sair do bar Milwaukee, na cidade de Ribeirão Preto, depois de se beijarem, relata a imprensa brasileira.
A expulsão do casal de mulheres terá ocorrido no passado domingo, dia 25. Segundo as duas intervenientes, estudantes universitárias de 22 e 23 anos que não quiseram identificar-se, após um beijo em público, em frente ao palco do estabelecimento, foram abordadas por um segurança e posteriormente expulsas pelo gerente da casa.
Os responsáveis do bar justificaram que a expulsão se deveu a “conduta imprópria“.
O casal apresentou imediatamente queixa à polícia e à comissão de luta contra a homofobia da Ordem dos Advogados do Brasil.
Este domingo, cerca de 50 jovens concentraram-se em frente ao bar, exibindo cartazes com mensagens contra a homofobia e trocando beijos, numa manifestação seguida de perto pela polícia.
A manifestação, organizada pela Frente Feminista de Ribeirão Preto nas redes sociais, apresentava inicialmente mil confirmações de presença.
“Mas nem todo mundo que confirma, vai”, disse à Folha de São Paulo uma das organizadoras do evento, Natália Feitosa, estudante de psicologia de 24 anos.
Quatro casais homossexuais foram autorizados a entrar no estabelecimento, onde se beijaram durante muito tempo.
O Brasil é o “campeão do mundo dos crimes homofóbicos“, segundo o Grupo Gay da Bahia, que aponta 312 mortes de homossexuais, travestis e transsexuais em 2013, um aumento de 7,7 por cento em relação ao ano anterior.
Quarenta por cento dos crimes cometidos na América do Sul contra homossexuais, os travestis e transsexuais ocorrem no Brasil.
Desde há anos que um projeto de lei para punir a homofobia enfrenta a resistência de católicos e evangélicos no parlamento brasileiro.
Em 2011, o Supremo Tribunal Federal reconheceu a união estável de casais homossexuais, o que lhes garante os mesmos direitos que os casais heterossexuais.
ZAP / Lusa