Afinal, a Terra tinha todos os elementos necessários para a vida desde o início

ZAP // Dall-E-2

Foram vários os estudos científicos a prever que muitos dos elementos cruciais para a vida – como o enxofre e o azoto – chegaram à Terra depois de o nosso planeta ter colidido contra asteróides que os transportavam. Agora, uma nova investigação defende que, afinal, a Terra tinha todos os elementos necessários para a vida desde o início.

Até agora, pensava-se que a Terra se havia formado a partir de materiais com baixo teor de voláteis. Após a formação do núcleo, o planeta terá adquirido as substâncias voláteis quando corpos do Sistema Solar exterior, ricos nestes elementos – como asteróides –, atingiram a superfície.

No entanto, uma nova investigação defende que muitos destes elementos podem, afinal, ter existido na Terra desde o seu início, enquanto esta se formava num planeta.

Segundo um artigo publicaod no The Conversation, os cientistas envolvidos nesta investigação usaram uma técnica computacional, conhecida como cálculo de primeiros princípios, para chegar a esta conclusão.

A técnica descreve o comportamento dos isótopos – átomos de um elemento que possuem números variados de neutrões – e permitiu chegar à conclusão de que diferentes isótopos se comportaram de maneira ligeiramente diferente durante cada fase da formação da Terra.

Em cada uma das fases, os isótopos deixaram uma assinatura que os cientistas puderam analisar como se fosse uma espécie de impressão digital. Após essa análise, os investigadores compararam as suas previsões de isótopos para cada modelo com as medições reais de isótopos de calcogénio na Terra.

Apesar de muitos voláteis terem evaporado durante a formação do planeta, muito resistiram até hoje. As descobertas deste estudo, cujo artigo científico foi publicado na Science Advances, sugerem que a maioria dos voláteis da Terra são, provavelmente, remanescentes da fase inicial da sua formação.

Nas próximas investigações, os cientistas querem examinar outros voláteis essenciais para a vida, como o nitrogénio, e avaliar como se comportam sob condições extremas para que tenhamos um vislumbre do seu comportamento durante cada uma das fases de crescimento do nosso planeta.

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