O Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças não se esquece da pandemia mas a resistência antimicrobiana preocupa mais.
Provavelmente, há antibióticos que vão deixar de resultar; já deixámos aqui este aviso recentemente.
O famoso Alexander Fleming já tinha dito: “Espero que este mal possa ser evitado”. Um desejo partilhado no ano… 1945.
Os antibióticos podem deixar de funcionar para infecções mais fáceis de tratar; as bactérias são “muito inteligentes”, estão cada vez mais resistentes aos tratamentos.
Muitas vezes, as pessoas tomam antibióticos sem critério – os antibióticos eliminam bactérias e são ingeridos para combater gripes (que são causadas por vírus), o que é um erro.
As superbactérias já são vistas como a pandemia silenciosa que vai ultrapassar o cancro como principal causa de morte no mundo.
A ameaça das superbactérias – sobretudo Klebsiella pneumoniae (que já fechou um serviço do Hospital de Santa Maria e que não regista avanço no combate) e Escherichia coli – é cada vez mais palpável e os médicos estão cada vez mais reticentes no momento de prescrição de antibióticos.
E, por isso, a prioridade na Europa deixou de ser a COVID-19.
O Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças não se esquece da pandemia mas a resistência antimicrobiana preocupa mais, reforça o jornal Público. E essa é a prioridade das entidades europeias.
A resistência antimicrobiana é a resistência a antibióticos, antivirais, antifúngicos ou antiparasitários.
E este problema, segundo as estimativas dos especialistas, já mata mais de 35 mil europeus por ano.
Dominique Monner, cientista do Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças, já avisou: “O peso da resistência antimicrobiana é comparável ao da influenza, da tuberculose e do VIH todos juntos“.
O mesmo especialista repete o aviso: “Temos de ser mais prudentes no uso de agentes antimicrobianos: apenas quando necessário, na dose correcta e nos intervalos definidos”.
E também será necessário maior atenção por parte da comunidade científica, já que os novos antibióticos não têm tido atenção; não tem surgido a investigação e o desenvolvimentos que se exigem nesta altura.