As alterações climáticas vão tornar as tempestades de areia mais frequentes, especialmente nos climas mais secos, como é o caso de Portugal.
Na recente reunião da Convenção das Nações Unidas para Combater a Desertificação (UNCCD), em Samarcanda, Uzbequistão, os líderes mundiais e especialistas reuniram-se para abordar a crescente questão das tempestades de areia e poeira, um fenómeno cada vez mais exacerbado pelas alterações climáticas e a má gestão do solo.
Descritas pela ONU como “um dos espetáculos mais intimidantes da natureza“, as tempestades de areia e poeira, tradicionalmente um fenómeno natural sazonal, são agora 25% causadas atribuíveis a atividades humanas.
Estes eventos colossais são particularmente prevalentes em regiões áridas e semiáridas, como a Ásia Central e do Norte, a África subsaariana, o Médio Oriente, partes dos Estados Unidos e regiões secas da Europa, como Portugal ou Espanha.
Estas tempestades provocam grandes danos na agricultura global, na indústria, na qualidade da água e do ar, e na saúde humana.
A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) reporta 232 mortes devido a eventos de poeira levantada pelo vento nos EUA entre 2007 e 2017. Uma tempestade de poeira em 2009 na Austrália causou danos estimados entre 229 e 243 milhões de dólares, obrigando ao cancelamento de voos e espoletando vários problemas de saúde.
Em algumas partes do mundo, a frequência destas tempestades duplicou nas últimas décadas. Anualmente, cerca de 2 mil milhões de toneladas de areia e poeira são levantadas para a atmosfera, equivalente ao peso de 350 Grandes Pirâmides de Gizé, explica o IFLScience.
Para combater este problema crescente, a UNCCD está a defender uma abordagem abrangente. As estratégias-chave incluem a restauração do solo, sistemas de monitorização melhorados e medidas de mitigação de impacto aprimoradas.
Estes esforços visam reduzir o número de tempestades causadas pelos humanos, contribuindo assim para o desenvolvimento sustentável e a mitigação dos impactos das alterações climáticas.