E a garantia é igual. Há casos em que se poupam centenas de euros por comprar produtos que os clientes cedem como retoma.
Os bens recondicionados têm cada vez mais adeptos. Muitos portugueses perderam o complexo, deixaram de hesitar.
Normalmente, um produto recondicionado é cedido pelo cliente à loja como retoma. Depois a loja analisa o produto, faz uma revisão, substitui o que for preciso e, se for aprovado, é vendido a um preço inferior.
Assim se vê que “recondicionado” não é igual a “segunda mão”. É quase como se fosse um carro semi-novo.
As empresas também deixaram de esconder os produtos. Alguns já aparecem nas prateleiras com produtos para venda.
Vendem telemóveis, computadores, tablets, consolas de jogos ou ainda bicicletas e trotinetes.
Em Portugal, já há lei sobre este tópico: “São bens que foram objecto de utilização prévia ou devolução e que, após inspecção, preparação, verificação e testagem por um profissional, são novamente colocados para venda no mercado nessa qualidade”.
E o prazo de garantia de um bem recondicionado é igual ao de um bem novo, sublinha Luís Pisco, jurista da DECO, em declarações ao portal ECO.
Rui Pepe, director na FNAC, admite que este mercado “tem evoluído de forma significativa. A procura tem aumentado bastante e a oferta também“, resume.
E ainda há a questão da sustentabilidade: aproveitar o que já foi usado mas que ainda funciona. A economia circular a ser praticada.
Um exemplo: um iPhone 13 de 128 GB que, novo, custava 730 euros; no mesmo dia alguém comprava o mesmo modelo, recondicionado e com “marcas mínimas” de uso, por 650 euros (com a mesma garantia, recorde-se).
Claro que convém sempre verificar se o produto é recondicionado e a DECO aconselha a não comprar esses bens em marketplaces, por exemplo, de redes sociais: “Não há qualquer tipo de confiança por parte dessas páginas, que hoje existem, que hoje estão a vender bens, mas amanhã desaparecem simplesmente, e nós não conseguimos saber quem é que é o indivíduo ou empresa que estaria por detrás dessa página”.
