A pesquisa põe em causa alguns princípios sobre a progressão de uma onda de luz através do tempo e do espaço e indica que as ondas devem ter uma direção temporal estrita que não pode ser revertida.
Um novo estudo publicado na Optica pode ter encontrado uma solução para um problema centenário que desafia o nosso entendimento da luz e da sua velocidade.
Matias Koivurova, Charles Robson e Marco Ornigotti reconsideraram alguns princípios fundamentais sobre a progressão de uma onda de luz através do tempo e de uma única dimensão do espaço, o que poderia ter implicações significativas na nossa compreensão da teoria da relatividade e da conservação do momento.
Até agora, os físicos têm utilizado equações do século XIX para descrever a mudança de velocidade da luz quando ela passa de um meio para outro, como de ar para água. A equipa de Tampere decidiu questionar a constante universal da velocidade da luz, conhecida como “c”, ao analisar a equação da onda padrão onde uma onda de luz arbitrária pode acelerar, explica o Science Alert.
Os resultados iniciais pareciam não fazer sentido até que a velocidade constante da luz foi adicionada novamente como um quadro de referência. “O que mostrámos é que, do ponto de vista da onda, nada acontece ao seu momento. Ou seja, o momento da onda é conservado”, explicou Koivurova.
Esta nova perspetiva é comparável aos efeitos impostos pela teoria da relatividade. A pesquisa sugere que a conservação do momento e as medidas de relatividade precisam de ser incorporadas na equação, tanto para ondas eletromagnéticas quanto para outros tipos de ondas, como ondas num lago ou vibrações numa corda.
Esta descoberta pode também ter um impacto mais amplo na física, indicando que qualquer fenómeno governado por ondas deve ter uma direção temporal estrita que não pode ser simplesmente revertida, o que teoricamente impossibilita as viagens no tempo.
A pesquisa, no entanto, ainda está nas suas fases iniciais. As equações foram resolvidas apenas para uma única dimensão do espaço e do tempo, e são precisas experiências adicionais para confirmar se esta nova perspetiva de ondas é realmente válida.