Olá, Terra. É o Cometa do Diabo

Teddy Kareta / Observatório Lowell

12P/Pons-Brooks ou “Cometa do Diabo”

O “Cometa do Diabo” está a passar pela Terra e a explodir à volta do Sol. Contudo, apesar do seu nome assustador, não há sinais para alarme.

O 12P/Pons-Brooks, ou “Cometa do Diabo“, apareceu pela última vez nos céus da Terra há mais de 70 anos. Através do seu brilho, os astrónomos inferiram que a parte sólida do cometa – ou seja, o núcleo – tem, aproximadamente, o dobro do tamanho do Monte Evereste.

“Sabemos que é grande. Sabemos que é um fenómeno atípico. Sabemos que é raro”, realçou Teddy Kareta, em declarações ao Business Insider.

O corpo está a passar pelo nosso planeta, mas, no momento em que estiver mais próximo, ainda estará a cerca de uma unidade astronómica e meia de distância, isto é, ainda mais longe da Terra do que o Sol.

“Poderá ser suficientemente brilhante para ser visto a olho nu ou com binóculos, mas isso não se deve ao facto de estar muito próximo”, explicou o investigador. “É porque é muito brilhante.”

De facto, o cometa é brilhante e muito invulgar, já que contém caudas de gás e poeira formadas por uma estranha série de explosões que os cientistas ainda não compreendem. Este ano, foram observadas duas: a primeira em julho e a segunda no início de outubro.

Neste caso, uma “explosão” acontece quando os cometas ficam subitamente muito mais ativos, lançando toneladas de gás e poeira num curto período de tempo. Quando este fenómeno se realiza, “o cometa ilumina-se muito rapidamente e depois volta a perder o brilho que tinha anteriormente.

“No 12P/Pons-Brooks, estas explosões são muito, muito brilhantes – e muito, muito grandes. E é isto que torna este cometa tão interessante para os cientistas”, resumiu Kareta.

A verdade é que estas explosões têm sido particularmente interessantes do ponto de vista científico devido à sua frequência e ao local onde aconteceram. Uma das teorias avançadas por cientistas defende que os cometas contêm formas de gelo que, quando expostas pela primeira vez ao calor do Sol, provocam explosões voláteis.

Contudo, o “Cometa do Diabo” está a explodir com relativa frequência, sim, mas  surpreendentemente longe do Sol. Neste momento, está mais longe do que Marte, um lugar no Espaço que não é assim tão quente.

Mas, então, de onde vem a energia que alimenta este tipo de grandes explosões? Esta é a pergunta à qual os astrónomos estão ansiosos por dar uma resposta.

É esperado que o cometa atinja o seu pico de brilho em meados de abril de 2024, à medida que continua a sua viagem de 71,2 anos à volta do Sol.

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