A grande maioria dos docentes aconselha os mais novos a não seguir uma carreira sem expectativas.
A carreira de professor é uma das que causam maior desagrado entre os seus profissionais. E isso reflecte-se nos conselhos que ficam para os mais jovens.
Em Portugal, 84,1% dos professores dos ensinos básico e secundário aconselham os mais novos a não fazer o que eles fizeram. Ou seja: não escolham ser professores ou educadores.
O número elevado surge na consulta nacional a mais de 2 mil docentes realizada pela Federação Nacional da Educação, partilhada pelo Diário de Notícias.
Há alguns motivos que se destacam para esta sugestão.
É uma carreira sem grandes expectativas. É uma carreira pouco ou nada atractiva, segundo 95% dos inquiridos.
A percentagem de professores insatisfeitos com o salário é ainda maior (97,1%). Acham que o salário não está ao nível das qualificações que são exigidas para o exercício profissional.
Os professores em Portugal (82,9%) acham também que não há reconhecimento social pelo que fazem.
Como se esperava, o Ministério da Educação foi criticado nesta sondagem: 92% consideram que as medidas do Governo são insuficientes ou muito insuficientes.
O ano lectivo 2023/24 começou há pouco mais de um mês e, para já, há queixas sobre a excessiva carga burocrática e de trabalho administrativo; 63% não concordam com as medidas do Governo para a desburocratização da profissão.
E ainda há outro problema: mesmo quando há decisões do Ministério da Educação sobre a burocracia, em 77,6% dos casos essas alterações não chegam à escola.
65,9% dos professores comentaram ainda que são chamados a realizar tarefas desnecessárias.