“Aquilo que estamos a decidir hoje, já decidimos tarde e é preciso antecipar os próximos 20 anos”.
Com o cenário actual, com pouco mais de 40 hm3 de volume útil nas barragens (metade do consumo anual), o Algarve só tem água até Abril de 2024.
Há 10 anos consecutivos que chove abaixo da média no Algarve.
“Pensem bem no desaire económico que é se no próximo agosto tivermos de racionar água e não estamos longe disso”.
O alerta foi dado pelo presidente da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL), António Miguel Pina.
O também presidente da Câmara Municipal de Olhão reforçou: “Aquilo que estamos a decidir hoje, já decidimos tarde e é preciso antecipar os próximos 20 anos”.
Os avisos, citados na rádio TSF, num seminário sobre água e sustentabilidade, onde ficou uma sugestão: “É preciso estudar a possibilidade de usar a água que cai no Norte, para que possa ser utilizada no Sul”.
António Miguel Pina considera que, hoje, o Algarve hoje “pode abdicar um pouco da sua agricultura”, mas essa opção não se pode prolongar.
O presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve, José Apolinário, acrescenta que é melhor começar a pensar em trazer também água do Alqueva, apelando à “solidariedade inter-regional”.
Pimenta Machado, vice-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, disse que a entidade está “aberta a discutir outras soluções” e lamentou que o início de 2022/23 tenha sido “o pior ano de sempre”.
Continuem a autorizar plantações de abacate, a rega de campos de golfe com água da rede e a construção de piscinas e nem a água de Alqueva vai salvar o Algarve.