Novas regras da União Europeia exigem que plataformas como a Meta obtenham consentimento explícito do utilizador antes de reunir e combinar dados do utilizador para publicidade.
Prepara-te, Europa: o Facebook já não é totalmente de graça para ti.
A Meta Platforms, empresa-mãe do Facebook e Instagram, propôs uma taxa de subscrição mensal para utilizadores europeus que optem por não ver anúncios personalizados.
A iniciativa, avança o jornal The Guardian esta terça-feira, visa cumprir as regulamentações da UE que exigem o consentimento do utilizador para publicidade segmentada com base em dados.
Funcionários da Meta discutiram esta proposta — referida como SNA, ou “subscrição sem anúncios” — com reguladores de privacidade e concorrência digital na Irlanda e em Bruxelas. O plano ofereceria aos utilizadores a opção de continuar a usar o Instagram e o Facebook gratuitamente com anúncios personalizados ou pagar uma taxa mensal para usar as plataformas sem anúncios.
Subscrição custa 10 euros, mas…
Segundo a mesma proposta, a Meta cobraria cerca de 10€ por mês para o uso, em desktop, do Facebook ou Instagram sem anúncios, com uma taxa extra de aproximadamente 6€ para cada conta adicional associada.
Em dispositivos móveis, essa tarifa aumentaria para quase 13€ por mês, tendo em consideração as comissões cobradas pelas lojas de aplicações da Apple (App Store) e do Google (Play Store).
Mark Zuckerberg, que há muito defende o acesso gratuito às suas plataformas, apoiado por receitas publicitárias, vê assim o seu sonho desmoronar-se.
UE aperta o cerco em defesa da privacidade
O exigente Ato de Mercados Digitais (DMA) da UE exige que plataformas como a Meta obtenham consentimento explícito do utilizador antes de reunir e combinar dados do utilizador para publicidade. O não cumprimento poderia afetar severamente a principal fonte de receita da Meta, que depende — e muito— de anúncios segmentados.
No entanto, críticos e reguladores questionam se as taxas propostas tornariam efetivamente as versões sem anúncios dessas plataformas inacessíveis para a maioria dos utilizadores, forçando-os assim a aceitar anúncios segmentados.
Ainda não se sabe se os reguladores da UE aprovarão a proposta da Meta, que por sua vez não tem planos imediatos de estender este modelo de subscrição a utilizadores nos EUA, focando-se exclusivamente em navegar pelas leis de privacidade da UE… por agora.
A proposta surge num contexto de mudanças mais amplas da indústria em direção a modelos de receita baseados no conceito de subscrição.
A Meta já lançou, em fevereiro, um serviço de verificação de utilizador pago, enquanto outras empresas de tecnologia, como o Snapchat e o X (antigo Twitter), introduziram os seus próprios serviços pagos.
A subscrição da Meta inclui vantagens e funções adicionais, incluindo os ‘selos de verificação de conta’, para quem paga, e um custo mensal de 11,18 euros ou 13,98 euros, caso seja comprada através da versão iOS. Dirige-se sobretudo a criadores de conteúdos.