Cientistas recriam o ruído aterrador do apito mortal Asteca

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Os especialistas recriaram o som aterrador do Apito da Morte Asteca. Historicamente, este apito pode ter sido utilizado pelos Astecas em cerimónias de homenagem ao Deus do Vento — Ehecatl — antes do seu sacrifício.

Este som característico e aterrador era também uma arma de guerra psicológica. Agora, os especialistas recriaram-no, através de uma impressora 3D, como é possível ver no vídeo.

O design do apito é baseado nos originais em forma de caveira, encontrados no México, na década de 1990.

A descoberta do apito original em 1999 foi inicialmente classificada como um brinquedo, mas o seu som arrepiante, semelhante a um grito humano, foi revelado mais tarde.

Embora o objetivo exato do apito permaneça incerto, alguns acreditam que ajudava as almas na transição para a vida após o sacrifício.

Recuando na história. Dois apitos ocos, em forma de crânio, foram encontrados há 20 anos no templo do Deus do Vento, nas mãos de um esqueleto masculino sacrificado.

Quando os apitos foram finalmente soprados, os sons criados foram descritos como aterradores. Os apitos fazem o som de “humanos a uivar de dor, rajadas assustadoras de vento assobiador” ou o “grito de mil cadáveres”, escreveu o MailOnline.

Roberto Velázquez Cabrera, engenheiro mecânico e fundador do Instituto Virtual de Investigacíon Tlapitzcalzin, sediado no México, passou anos a recriar os instrumentos pré-colombianos para examinar os sons que eles produzem.

O engenheiro mecânico disse que o apito da morte, em particular, não era um instrumento comum e, possivelmente, era reservado para sacrifícios — soprado pouco antes de uma vítima ser morta para guiar as almas para a vida após a morte ou para o uso em batalha.

“Alguns historiadores acreditam que os Astecas costumavam soar o apito da morte para ajudar o falecido a viajar para o submundo. Dizem que as tribos usavam os sons aterrorizantes como guerra psicológica, para assustar os inimigos no início da batalha”, explica o Oddity Central.

Se os apitos eram usados à volta do pescoço dos guerreiros Astecas e depois utilizados para chocar os inimigos no início das batalhas, o efeito psicológico sobre um inimigo de uma centena de apitos da morte a gritar em uníssono pode ter sido grande, perturbando a sua determinação.

Segundo o Los Angeles Times, alguns especialistas pensam que os antigos utilizavam os diferentes tons para levar o cérebro a determinados estados de consciência ou mesmo para gerir ou tratar doenças.

Algumas das réplicas de apitos criados por Cabrera emitem sons e tons que atingem a gama superior da audição humana, quase inaudíveis para nós.

Arnd Adje Both, especialista em arqueologia musical pré-hispânica, disse que a sua experiência é que “pelo menos alguns sons pré-hispânicos são mais destrutivos do que positivos, outros são altamente evocativos de transe“.

Explicou, ainda, que “certamente, os sons eram usados em todos os tipos de cultos, como os de sacrifício, mas também em cerimónias de cura“.

Foram encontrados outros tipos de objetos sonoros antigos feitos de diferentes materiais, como penas, cana-de-açúcar, argila e pele de rã.

Cabrera observou que, embora a música pré-colombiana se tenha perdido para nós nos tempos modernos, os sons dos assobios recriados podem ser usados para nos dar uma melhor compreensão dos antigos.

“Temos olhado para a nossa cultura antiga como se fosse surda e muda, mas penso que tudo isto está intimamente ligado ao que eles faziam e à forma como pensavam”.

Teresa Oliveira Campos, ZAP //

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1 Comment

  1. Sacrifício humano? Temos hoje centenas de milhões humanos se sacrificando a trabalhar que nem mouros em fábricas para ganhar migalhas.

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