Uma equipa de cientistas descobriu na Tailândia uma nova espécie de tarântula, denominada Chilobrachys natanicharum, — que ganhou também o nome de tarântula azul elétrico, devido à sua cor azul única.
Esta nova espécie foi identificada durante uma expedição destinada a explorar a diversidade e distribuição de tarântulas na Tailândia.
A descoberta, publicada este mês na revista ZooKeys, ocorreu na província de Phang-Nga, no sul do país.
A nova tarântula azul elétrico foi descoberta numa árvore de mangal, cujas cavidades escolheu como habitação. A cor azul é uma raridade na natureza, servindo frequentemente como um aviso a potenciais predadores em algumas espécies.
No entanto, no caso desta tarântula, a cor azul não se deve à sua pigmentação, mas a nano-estruturas únicas no seu pelo, que manipulam a luz para criar a tonalidade vívida. Dependendo da luz, a cor também pode mudar para um tom mais violeta, criando um efeito iridescente.
É a primeira vez que uma equipa de cientistas documenta o habitat natural e características únicas desta espécie de tarântulas.
“As tarântulas têm grande capacidade de adaptação, tanto a ambientes arbóreos como terrestres. Mas nas florestas de mangal estão restritas a residir nas cavidades de árvores devido às marés”, explica Narin Chomphuphuang, entomólogo da Universidade de Khon Kaen e coautor do estudo, ao Popular Science.
Esta tarântula é uma das mais raras do mundo, e a destruição do seu habitat causada pela desflorestação das florestas de mangal coloca em risco a sobrevivência.
“Durante a nossa expedição explorámos a região ao fim da tarde e à noite, aproveitando a maré baixa, e apenas conseguimos encontrar dois espécimenes”, realça Chomphuphuang.
O nome da nova espécie, Chilobrachys natanicharum, foi decidido em leilão, cujas receitas foram doadas para apoiar a educação de crianças indígenas Lahu na Tailândia e pacientes com cancro.