Em resposta às manobras militares conjuntas do Sul e dos EUA, Kim pondera um “contra-ataque total” sob a ameaça de uma “guerra termonuclear”, após lançar dois mísseis destinados à destruição das bases sul-coreanas.
A Coreia do Norte anunciou esta quinta-feira a realização de um exercício militar supervisionado pelo líder, Kim Jong-Un.
Terão sido lançados dois mísseis balísticos de curto alcance numa situação de “simulação de ataque nuclear tático”, destinado a “destruir completamente os principais centros de comando e bases aéreas” da Coreia do Sul, de acordo com a agência de notícias estatal norte-coreana KCNA.
“O exercício visa enviar uma mensagem clara aos inimigos”, disse o exército da Coreia do Norte, citado pela KCNA.
BREAKING: North Korean state media reports Wednesday’s late-night missile test was in direct response to US-ROK drills involving the B-1B bomber. Photos show it was a Hwasong-11B (KN-24) SRBM launched from the coast. More on the test here: https://t.co/lS42GV7ldN pic.twitter.com/Xbtg0WkrBe
— NK NEWS (@nknewsorg) August 30, 2023
O exercício simulou “ataques simultâneos contra os principais centros de comando militar, portos militares, bases aéreas operacionais e outros importantes alvos militares inimigos e centros nevrálgicos, cuja destruição pode levar ao caos sociopolítico e económico“, indicou.
Resposta aos exercícios dos EUA com “gangsters militares” do Sul
Kim “familiarizou-se com o plano do exercício, que visa ocupar todo o território da metade sul [da península], repelindo a súbita invasão armada do inimigo e avançando para um contra-ataque total“. O líder norte-coreano afirmou que as insistentes manobras conjuntas dos aliados “constituem uma verdadeira revelação do plano para invadir a RPDC”, acrescentou a KCNA.
New: North Korean leader Kim Jong Un reviewed a plan to “counterattack and occupy the entire territory” of South Korea during a visit to a military command center on Tuesday, according to state media, which also reported on Wednesday’s missile testhttps://t.co/VbdCrMOsQ0
— NK NEWS (@nknewsorg) August 30, 2023
As manobras destinam-se a “lidar com a atual situação em que os EUA e os gangsters militares da “República da Coreia” [nome oficial da Coreia do Sul] realizaram exercícios conjuntos em grande escala extremamente provocadores e perigosos, simulando uma guerra total contra a República Popular Democrática da Coreia [nome oficial do Norte]”.
Pyongyang avisou na semana passada, quando Seul e Washington lançaram os exercícios conjuntos de grande escala Ulchi Freedom Shield (UFS), que a realização destas manobras podia eventualmente conduzir a uma “guerra termonuclear”.
Mísseis estão a ser analisados pela Coreia do Sul e EUA
O lançamento dos dois mísseis, que caíram no mar do Japão, já tinha sido avançado por fontes militares da Coreia do Sul e do Japão.
O Ministério da Defesa do Japão disse que o primeiro míssil “foi lançado por volta das 23:38 [15:38 em Lisboa], a uma altitude máxima de aproximadamente 50 quilómetros (km) e uma distância de voo de aproximadamente 350 km”.
Já o segundo lançamento aconteceu oito minutos depois, com o míssil a atingir “uma altitude máxima de cerca de 50 km e uma distância de voo de cerca de 400 km”, de acordo com os militares japoneses.
Ambos os mísseis caíram perto da costa leste da península coreana e fora da zona económica exclusiva do Japão, sublinhou Tóquio.
O Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul disse, em comunicado, que os lançamentos estão a ser analisados por autoridades militar sul-coreanas e norte-americanas.
Os lançamentos aconteceram horas depois de Washington ter mobilizado um bombardeiro estratégico B-1 para participar nos exercícios conjuntos de grande escala Ulchi Freedom Shield (UFS).
Após o fracasso das conversações de desnuclearização entre Washington e Pyongyang em 2019, a península voltou a ser palco de uma escalada militar persistente, com o regime de Kim Jong-un a testar repetidamente mísseis e os aliados a realizarem grandes exercícios de guerra e a destacarem regularmente meios estratégicos norte-americanos.
ZAP // Lusa