Num estudo experimental inovador, investigadores trataram com sucesso pacientes com lesões oculares graves usando células estaminais colhidas do seu outro olho saudável.
Os resultados de um novo estudo, conduzido por uma equipa liderada por Ula Jurkunas, oftalmologista no Massachusetts Eye and Ear, sugerem que pacientes com queimaduras químicas num dos olhos podem beneficiar das suas próprias células estaminais para acelerar a recuperação e reduzir a dor.
No novo estudo, quatro participantes foram submetidos a um tratamento inovador que envolveu a colheita de uma pequena biopsia de células estaminais do limbo do olho não afetado.
Estas células foram cultivadas em laboratório e, em seguida, transplantadas para o olho lesionado.
Resultados preliminares do estudo, publicado este mês na revista Science Advances, mostraram melhorias na visão e redução da dor e sintomas.
Um dos pacientes, Phil Durst, estava “completamente cego e com dores de cabeça debilitantes” após uma queimadura química. Após o tratamento, conta o paciente à Associated Press, registou uma melhoria na sua visão suficiente para lhe permitir conduzir após o procedimento.
Esta técnica oferece uma vantagem significativa sobre os tratamentos existentes para a deficiência de células estaminais do limbo, uma condição que causa dor, cegueira e adelgaçamento da córnea.
Os métodos tradicionais envolvem frequentemente grandes biopsias que podem pôr em risco o olho saudável, ou células doadoras que muitas vezes acarretam o risco de rejeição.
O novo estudo contorna estes desafios usando as próprias células do paciente, minimizando os riscos de efeitos adversos. Embora este estudo não tivesse como objetivo quantificar a eficácia do tratamento, estabeleceu a sua viabilidade e segurança imediata.
Os investigadores estão agora a avançar para um estudo de maior escala e de longo prazo envolvendo 15 pacientes com um período de acompanhamento de 18 meses para avaliar a eficácia da nova técnica, cuja eficácia, se comprovada experimentalmente, pode revolucionar o tratamento destas lesões.
Oftalmologistas não envolvidos no estudo descreveram a pesquisa como “muito promissora” e “uma prova de conceito verdadeiramente emocionante,” que esperança àqueles que atualmente não dispõem de opções de tratamento eficazes para lesões oculares graves.