A China encerrou 21 mil contas e deteve 620 pessoas, para conter rumores na Internet. O país pretende manter “um ambiente saudável no ciberespaço”.
A China encerrou, desde abril, mais de 21 mil contas em redes sociais e deteve 620 pessoas.
O objetivo é acabar com a propagação de rumores na Internet, informou a agência de notícias oficial Xinhua.
Foram investigados mais de 2300 casos e apagadas mais de 705 mil informações falsas das plataformas sociais, durante a campanha de 100 dias, disse, na sexta-feira, o Ministério de Segurança Pública chinês.
Mais de 620 suspeitos envolvidos em mais de 130 casos foram detidos, ainda segundo o departamento governamental, que realçou que a iniciativa pretendia promover um ambiente saudável no ciberespaço.
A China é o país com mais utilizadores da Internet no mundo, embora exerça um forte controlo sobre o conteúdo.
Google, Facebook, Twitter ou YouTube são alguns dos serviços que estão bloqueados no país há já vários anos.
No início do mês, o The New York Times contou a história de uma mulher chinesa que, em 2021, viu o marido, Ruan Xiaohuan, ser preso sem saber porquê.
Dois anos mais tarde, quando voltou a falar com o marido, para assistir à sentença Bei Zhenying começou a desconfiar que o marido era, afinal, um crítico, que se insurgia contra o governo chinês, num blog famoso.
De acordo com o The New York Times, nesse dia, a polícia chinesa passou 12 horas a vasculhar o apartamento, com a justificação de o marido ter “subvertido o poder do estado”. Acabou por ser condenado a sete anos de prisão.
Bei Zhenying desconfia que o seu marido era administrador do ProgramThink – um blog que criticou o governo chinês e expôs segredos do Estado, durante 12 anos, e que, curiosamente, deixou de estar ativo, quando Ruan Xiaohuan foi detido.
Nesse processo de descoberta – onde pediu ajuda às pessoas, através da internet – a mulher chinesa também acabou por ser silenciada.
ZAP // Lusa