Cidade celtibérica com mais de dois milénios descoberta em Espanha

Cidade celtibérica e acampamento romano descobertos, na província de Sória, no norte de Espanha. Local arqueológico “evidente” foi palco de Guerra há mais de 2000 mil anos, mas tinha passado despercebido, até então.

Foram descobertos, perto de Sória, ruínas que, segundo os arqueólogos, fazem parte da antiga cidade de Titiakos, uma fortaleza celtoibérica da Guerra Sertoriana (80-72 a.C.) – um dos conflitos das guerras civis romanas.

As escavações, levadas a cabo por pesquisadores da Universidade Politécnica de Madrid (UPM), foram feitas na localidade de Deça – a 60km de Sória -, depois de os locais arqueológicos terem sido detetados, com recurso a fotografias aéreas.

Os resultados da investigação foram publicados, em março, na revista Archaeological and Anthropological Sciences.

Foi ainda descoberta uma pedreira de calcário, que, de acordo com os arqueólogos, foi utilizada para a construção do acampamento romano que protegia a cidade.

A Celtibéria é uma região histórica da Península Ibérica. Localiza-se centro-norte da Espanha. Começou a ser habitada por tribos de origem celtibérica, a partir do século III a.C..

Grande parte das províncias de Sória, Guadalajara e Teruel eram habitadas por esses povos, que viviam na região montanhosa, entre as nascentes dos rios Tejo e Ebro.

Eugenio Sanz Pérez, que liderou a investigação, explicou que aquele local arqueológico tinha passado, até agora, despercebido, porque o local e as rochas “estão ‘naturalizadas’ de tal forma que, passados ​​mais de 2000 anos, os restos da pedreira eram, até então, consideradas acidentes naturais do terreno“.

O acampamento romano teria como objetivo proteger a cidade celtibero-romana, no tempo da Guerra Sertoriana, do seu lado “mais vulnerável, com uma construção muito bem feita”, acrescentou o professor da UPM, citado pelo Arkeonews.

Segundo o arqueólogo, terão sido extraídos daquela pedreira cerca de 12 mil metros cúbicos de calcário, o que corresponde ao volume e tipo de rocha encontrados nos muros do acampamento bem como nas cercas feitas de pedra reutilizada, nas quintas agrícolas circundantes.

A equipa de investigação encontrou também elementos bélicos – como projéteis – e evidências de conflito, o que ajuda a confirmar a teoria de que o acampamento romano terá mesmo sido construído para proteger a cidade.

Miguel Esteves, ZAP //

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