O Universo pode ser duas vezes mais antigo do que pensávamos

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O estudo volta a trazer à discussão a hipótese da luz cansada e indica que o Big Bang terá acontecido há 26,7 mil milhões de anos.

Uma pesquisa publicada na Monthly Notices of the Royal Astronomical Society aponta que o Universo pode ter nascido muito antes do que o pensávamos.

Ao juntar a atual teoria da expensão do Universo com uma hipótese mais marginal chamada hipótese da luz cansada, o físico Rajendra Gupta concluiu que o Big Bang pode ter acontecido há 26,7 mil milhões de anos — duas vezes mais antigo do que se pensa atualmente.

Estes anos adicionados podem explicar por que é que as galáxias mais distantes observadas parecem surpreendentemente maduras e não deveriam existir de acordo com os modelos atuais.

Para estimar a idade do Universo, os cientistas analisam os padrões de luz para medir as distâncias a que os objetos estão. Como a luz leva tempo para viajar, a luz mais vermelha é a luz mais velha, tendo sido arrastada por uma distância maior. É possível usar esta expansão para determinar quando o Universo era um volume compacto a ferver com energia concentrada.

No entanto, esta não é a única tentativa de explicar por que é que a luz à distância parece mais vermelha. Em 1929, o astrónomo suíço Fritz Zwicky sugeriu que a luz simplesmente perdia o seu sopro em extensões tão vastas de Espaço. Menos energia significa uma frequência mais baixa e comprimentos de onda mais longos, mudando o espectro de objetos brilhantes e distantes. Ou seja, a luz ficou “cansada”.

Segundo Gupta, estes dois conceitos não são mutuamente exclusivos e podem coexistir, ajudando até a responder aos mistérios dos objetos estelares que parecem ser mais velhos do que o próprio Universo e dos que parecem menores do que o esperado, apesar das suas massas bem desenvolvidas.

A hipótese híbrida de Gupta presume que o Universo realmente é tão grande quanto acreditamos, tendo-se expandido a partir do Big Bang. O autor apresenta dois modelos de universo em expansão: um baseado em suposições padrão sobre a uniformidade e planicidade do cosmos e um segundo que introduz alguns ajustes envolvendo o que é conhecido como constante de acoplamento.

As constantes de acoplamento descrevem interações de forças entre partículas. Todas as forças têm uma constante de acoplamento, que não é necessariamente constante, variando com a energia.

Isso deixa espaço para que as constantes de acoplamento variem o suficiente para afetar o comportamento da luz, o que significa que os nossos cálculos sobre a idade do Universo podem estar muito errados.

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