O foguetão europeu Ariane 5 partiu na sua última missão, esta quarta-feira, depois de ter sido adiado duas vezes. “É uma missão emblemática. Venha agora o Ariane 6”.
O foguetão franco-alemão Ariane 5 partiu esta quarta-feira do Centro Espacial de Kourou, na Guiana Francesa, na sua 117.ª e última missão.
O objetivo é pôr em órbita geoestacionária um satélite militar francês – o SYRACUSE 4B – e um dispositivo tecnológico alemão – o Heinrich-Hertz-Satellit.
É um lançamento que junta os dois principais contribuintes da Agência Espacial Europeia (ESA).
“Esta 117.ª e última missão é emblemática em vários aspetos. O Ariane 5 acaba de lançar dois satélites de telecomunicações, SYRACUSE 4B e Heinrich-Hertz-Satellit, para a França e a Alemanha – os dois primeiros contribuintes do programa Ariane”, disse Stéphane Israël, CEO da Arianespace.
“Esta missão é também emblemática pela capacidade do Ariane 5 realizar lançamentos duplos, que constituem o cerne do seu sucesso, com 197 satélites colocados em órbita geoestacionária de um total de 239 lançados”, enalteceu.
Eram 19h locais – 23h em Lisboa -, aquando do lançamento do foguetão.
Dernier décollage, et le spectacle est au rendez-vous 🚀😍 #GénérationAriane5 #Ariane5 #VA261 pic.twitter.com/aapZUYCHrn
— CNES (@CNES) July 5, 2023
O lançamento final do Ariane 5 já tinha sido adiado duas vezes: a primeira, em junho, por motivos técnicos; e, novamente, esta semana, devido a condições meteorológicas adversas.
“Ao longo destes anos, o Ariane 5 atendeu 65 clientes institucionais e comerciais de 30 países. O sucesso do Ariane 5 anuncia uma carreira promissora para o Ariane 6“, sublinhou Stéphane Israël.
A senda de lançamentos dos foguetões da família Ariane começou em 1973, com o Ariane 1.
A quinta (e atual) versão desta família de foguetões foi lançada pela primeira vez em 1996, mas foi “um fracasso” – o veículo desviou-se da rota e ficou destruído.
Este lançamento também marca o fim do motor HM7, que voou desde o primeiro Ariane até ao quinto.
O Ariane 5 participou em missões importantes, nomeadamente no lançamento do Telescópio Espacial James Webb.
27 anos depois, lança o seu ‘último adeus’. Espera-se agora que os primeiros testes de lançamento do Ariane 6 aconteçam no final do ano, apesar de estar atrasado por “motivos técnicos”.
“Juntos assumimos agora o desafio do Ariane 6, que beneficiou da experiência adquirida com o Ariane 5”, disse Martin Sion, CEO da Grupo Ariane.
“Poderá evoluir e desempenhar plenamente o seu papel na garantia de um acesso independente e sustentável ao espaço para a Europa, num contexto de grandes desafios estratégicos, económicos e ambientais, para atender às necessidades dos seus clientes institucionais e comerciais”, acrescentou.
A primeira missão comercial do Ariane 6 está planeada já para o próximo ano.