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Morreu John B. Goodenough, o inventor das baterias de ião lítio. Tinha 100 anos

Fez jus ao nome e as suas descobertas revolucionárias levaram-no a vencer o prémio Nobel da Química. John B. Goodenough inventou as baterias de ião lítio. Morreu aos 100 anos.

Morreu no domingo, a um mês de completar 101 anos de vida, o inventor das baterias de ião lítio.

Essa descoberta ‘suficientemente boa’ de John B. Goodenough valeu-lhe o Prémio Nobel da Química, em 2019, tornando-se, com 97 anos, o premiado mais velho de sempre.

John B. Goodenough nasceu na Alemanha, a 25 de julho de 1922, e era filho de pais norte-americanos.

O cientista teve contribuições na criação e evolução das tecnologias de redes sem fio e de muitos dispositivos eletrónicos.

Goodenough identificou e desenvolveu materiais que viabilizaram as baterias de ião lítio. Tais descobertas tornaram possível a ‘alimentação’ de dispositivos eletrónicos, como telefones, ferramentas elétricas, computadores e até veículos elétricos.

Surpreendentemente, as áreas de formação de Goodenough eram a matemática e a física – área na qual se doutorou – e não a química.

Em 1976, o cientista iniciou funções como chefe do laboratório de química inorgânica da Universidade de Oxford.

Esteve no departamento durante dez anos e, nesse período, concentrou-se no estudo eletroquímica – incluindo baterias -, onde levou a cabo o trabalho que lhe viria a valer o Prémio Nobel, como conta a Chemistry World.

Quando foi distinguido, em 2019, Goodenough ainda estava a dar aulas e a fazer pesquisas na área. Diz a revista que o seu conselho mais frequente era: “não se reformem muito cedo”.

“Quando pensamos nos ‘gigantes’ da química, o nome de John B. Goodenough é sempre mencionado – e não apenas pelo Prémio Nobel, pelo desenvolvimento de baterias de ião lítio”, disse Gill Reid, presidente da Royal Society of Chemistry, citado pelo Chemistry World.

“Há poucas contribuições que afetem de forma tão direta o nosso quotidiano, na era moderna, e que tenham tido um efeito tão profundo como as que Goodenough e as suas equipas fizeram. Tenho certeza que muitas pessoas estão a ler estas palavras num dispositivo que usa uma bateria de ião lítio”, acrescentou.

Miguel Esteves, ZAP //

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