“Cura do Pepino”. A solução para a diabetes pode estar num fruto do mar

Uma recente investigação sugere que o consumo de Pepino do Mar, uma iguaria apreciada na Ásia, pode desempenhar um papel significativo na prevenção da diabetes e de outras doenças graves.

Apesar de o Pepino do Mar ser uma iguaria amplamente reconhecida no continente asiático, pouco ou nada se sabia sobre o seu potencial na prevenção da diabetes.

Mas segundo um novo estudo, publicado pela Universidade da Austrália do Sul, o Pepino do Mar quando consumido de forma seca e processada com extratos de sal pode inibir a formação de produtos finais de glicação avançada (AGEs).

“Sabe-se que o acúmulo de AGEs está associado a complicações de diabetes tipo 2 e, portanto, encontrar estratégias para prevenir a sua formação permite reduzir o risco de desenvolver diabetes”, explica Permal Deo, autor principal do estudo, que foi publicado recentemente na revista Food Science + Technology.

A produção de AGEs está associada a um risco aumentado de diabetes, doenças cardíacas, Alzheimer, Parkinson, doenças renais e cancro.

O grupo de investigação australiano estudou as propriedades medicinais do Pepino do Mar (Holothuria scabra) e descobriu que este pode inibir a produção de AGEs, um composto associado ao aumento do risco de diabetes.

“Descobrimos que o Pepino do Mar seco e processado com extratos de sal e colágeno pode inibir significativamente os AGEs, levando à diminuição de uma variedade de metabolitos relacionados com os níveis de açúcar”, afirma Deo, citado pela SciTechDaily.

“O Pepino do Mar é conhecido por ter uma variedade de propriedades terapêuticas, incluindo propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes, e por isso queremos explorar os compostos bioativos que inibem os AGEs”.

Os AGEs formam-se quando proteínas e/ou gorduras se combinam com açúcares na corrente sanguínea. Quando há uma acumulação elevada de AGEs no sangue, há um aumento de complicações associadas à diabetes, mas não só.

Até agora não existe nenhum agente terapêutico comercialmente disponível capaz de inibir a formação de AGEs, que têm também um papel importante em doenças cardiovasculares, Alzheimer, Parkinson, doenças renais e cancro.

Esta investigação abre um novo leque de possibilidades para o desenvolvimento de um alimento funcional, com vista à prevenção do surgimento destas doenças e das suas complicações.

Segundo a equipa de investigação, “Entender como é que os compostos bioativos presentes no Pepino do Mar inibem os AGEs é crucial para nos proteger contra estas doenças”.

Portugal mantém uma das prevalências de diabetes mais elevadas da Europa, contando com mais de 830 mil doentes inscritos no Serviço Nacional de Saúde. Globalmente, cerca de 422 milhões de pessoas têm diabetes, e cerca de 1,5 milhão de mortes são atribuídas diretamente a esta doença, por ano.

Quase 60% de todos os casos de diabetes tipo 2 podem ser retardados ou evitados com mudanças na dieta e estilo de vida.

“Estes resultados fornecem evidências sólidas de que o Pepino do Mar pode ser utilizado como um produto alimentar funcional para combater o aparecimento de diabetes e complicações relacionadas”.

Patrícia Carvalho, ZAP //

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