O chamado fogo grego era talvez a arma mais temível do mundo medieval. A sua composição era guardada a sete chaves e nunca ninguém soube o que era ao certo.
No mundo antigo, os gregos introduziram o conceito dos quatro elementos: Terra, Ar, Fogo e Água. Acreditava-se que estes elementos estavam perfeitamente equilibrados.
No entanto, os próprios gregos deram um contra-exemplo a este equilíbrio, introduzindo uma arma aterradora conhecida como “fogo grego” durante o período medieval. Esta arma estava envolta em mistério e desafiava as leis da física ao ser impermeável.
Contrariamente ao seu nome, o fogo grego não era na realidade grego. Foi utilizado no Império Bizantino, que era considerado a continuação do Império Romano. A arma foi inicialmente referida como “fogo romano”, mas o termo “fogo grego” foi mais tarde utilizado pelos cruzados do Ocidente, embora não representasse exatamente a mistura original. O nome da arma continua a ser confuso e as suas origens ainda são debatidas pelos historiadores.
De acordo com a teoria mais aceite, o fogo grego foi inventado por Kallinikos de Heliópolis, um refugiado judeu de língua grega. Procurando vingar-se do califado muçulmano Rashidun que invadiu a Síria bizantina, Kallinikos criou uma arma para defender Constantinopla, a capital do Império Bizantino.
A primeira utilização documentada do fogo grego foi durante a Guerra dos Sete Anos, tendo-se revelado um grande êxito na repulsão da frota árabe e no levantamento do cerco de Constantinopla. Esta vitória teve implicações históricas significativas, uma vez que salvou não só o Império Bizantino, mas também a civilização europeia, recorda o IFLScience.
O fogo grego emitia chamas verdes, produzia ruídos e fumo estrondosos e era quase impossível de extinguir sem a combinação certa de urina, areia e vinagre. A arma fazia com que os navios inimigos ardessem e se afundassem, e aqueles que tentavam nadar eram queimados ou afogados.
Lembra-lhe alguma coisa?
Apesar das numerosas descrições do fogo grego, a sua composição exata permanece um mistério. Era descrito como um líquido que ardia na água e era normalmente disparado de navios especialmente concebidos para o efeito.
Embora muitos historiadores especulem que se baseava em petróleo, como a nafta, misturado com outros ingredientes como resinas, piche ou gordura animal, a receita continua a ser desconhecida. Mesmo com a tecnologia moderna, os investigadores não conseguiram reproduzir com exatidão as características da arma.
O Império Bizantino guardava o segredo do fogo grego. Diz a lenda que apenas duas famílias conheciam a fórmula: a família do imperador e a família Lampros. O conhecimento era compartimentado para evitar que todo o segredo caísse em mãos inimigas.
Esta abordagem provou ser eficaz na manutenção da vantagem militar dos bizantinos, mas também levou à eventual perda da tecnologia. Com o conhecimento fragmentado e sem ninguém que tivesse o segredo completo, a arma acabou por cair na obscuridade.