Uma circular do governo britânico revela que o oligarca russo Roman Abramovich ocultou 874 milhões de euros em offshores nas semanas que antecederam e sucederam a invasão da Ucrânia.
Nas semanas que antecederam e sucederam à invasão da Ucrânia, o oligarca russo Roman Abramovich escondeu 874 milhões de euros numa complexa estrutura de offshores.
A notícia é avançada pelo jornal Público, que recorda que Abramovich é o português mais rico do mundo. O bilionário russo foi naturalizado português ao abrigo da Lei da Nacionalidade de judeus sefarditas, numa operação relâmpago que está a ser investigada.
Segundo revela uma circular do Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico, o oligarca terá ocultado parte dos seus bens, antes de estes terem sido congelados pelo governo do Reino Unido.
A circular em causa, datada de 12 de abril, anuncia novas medidas contra “todos os que ajudaram os oligarcas a evitar as sanções” que o Governo britânico lhes aplicou.
A nota anuncia sanções contra Demetris Ioannides e Christodoulos Vassiliades, dois cidadãos cipriotas que ajudaram Roman Abramovich e Alisher Usmanov, “aliados de Vladimir Putin”, a esconder os seus ativos através de uma “complexa rede financeira”.
As sanções anunciadas, que incluem o congelamento de bens, visam também familiares destes oligarcas que atuaram como intermediários para os ajudar a esconder a riqueza.
Roman Abramovich deixou quase 4000 milhões de euros aos seus filhos no início de fevereiro de 2022, três semanas antes do início da invasão russa à Ucrânia.
“Perante as sanções internacionais sem precedentes em resposta à invasão ilegal em larga escala de Putin à Ucrânia – com mais de 20 mil milhões de euros de ativos russos e de outros países congelados apenas no Reino Unido – os oligarcas têm-se apressado a proteger suas riquezas com a ajuda de intermediários financeiros, fundos offshore, empresas de fachada e até mesmo envolvendo seus familiares”, diz a nota do MNE britânico.
“Estamos a apertar o cerco à elite russa e a todos aqueles que os tentaram ajudar a esconder fundos para financiar a guerra”, diz o Ministro dos Negócios Estrangeiros, James Cleverly, citado na circular.
Mas, diz o ministro, “não há lugar onde os possam esconder. Vamos continuar a cortar-lhes o acesso a fundos que eles julgavam que tinham ocultado com sucesso”.
“Não vamos parar enquanto Putin não parar“, diz James Cleverly.
