Plataforma bloqueada no país depois de não ter entregado dados sobre grupos extremistas. Atentados em escolas na origem da decisão.
O Telegram desapareceu no Brasil. Está bloqueado desde esta quarta-feira, foi removido das lojas App Store e Google Play Store; e não se sabe quando volta.
A decisão foi tomada pela Justiça Federal do Espírito Santo, informa O Globo, porque os responsáveis da plataforma não fizeram o que a Polícia Federal pediu (várias vezes): entregar dados sobre grupos extremistas.
A polícia está a investigar movimentações de grupos neonazis na aplicação; são suspeitos de corrupção de menores de idade, incentivando-os a partilhar e praticar actos antissemitas e racistas.
Os mesmos grupos extremistas estarão, através do Instagram, a incentivar os jovens a realizar atentados em diversas escolas no Brasil, ao longo dos últimos meses.
Já neste mês houve dois ataques a escolas em apenas 10 dias. O segundo originou a morte de quatro crianças.
A BBC acrescenta que a Polícia Federal tinha pedido informações sobre integrantes e administradores de dois grupos online que promovem antissemitismo, no âmbito da investigação ao ataque a uma escola em Aracruz (realizado por um adolescente de 16 anos), no final de 2022.
O ministro da Justiça, Flávio Dino, anunciou a “suspensão temporária das actividades” do Telegram e anunciou ainda uma multa de cerca de 240 mil euros.
A direcção do Telegram ainda não reagiu. Aliás, de acordo com Flávio Dino, esta aplicação “tradicionalmente é de difícil contacto, é de difícil diálogo“.
Agora procuram-se alternativas (WhatsApp, Skype, Signal, Viber) até porque não se sabe quando o Telegram voltará a funcionar no Brasil. Se continuar a não colaborar com os órgãos federais, a suspensão vai prolongar-se.