O novo tecido muda de cor e forma de acordo com os estímulos a que é exposto e pode ter muitas aplicações no ramo da robótica.
Uma equipa de investigadores criou o primeiro tecido inteligente que pode mudar a sua forma e cor em resposta a dois estímulos diferentes, calor e eletricidade. O estudo foi publicado na Small e abre novas possibilidades no ramo da realidade virtual e da robótica.
Os materiais responsivos a estímulos (SRMs) reagem à presença ou mudanças em estímulos externos como a luz, a temperatura, os campos magnéticos ou a eletricidade, o que pode alterar as suas propriedades mecânicas ou moleculares.
Até agora, as pesquisas têm conseguido que os SRMs mudassem ou de cor ou de forma. O novo estudo é inédito por conseguir pela primeira vez criar um material que consegue mudar ambas as características, escreve o New Atlas.
Com um dispositivo semelhante a um tear tradicional, os cientistas entrelaçaram tereftalato de polietileno (PET) e microcápsulas termocrómicas (TMC) com fios feitos com uma mistura de fibras de aço inoxidável e politereftalato de etileno (PET). As fibras de aço inoxidável deram ao tecido as suas propriedades elétricas, enquanto que o PET deu memória de forma.
Com um secador de cabelo, os investigadores aqueceram o tecido e descobriram que ele mudou uniformemente de roxo para azul quando a temperatura aumentou de 20.ºC para 60.ºC. Quando o secador foi desligado, o tecido voltou rapidamente à sua cor roxa original.
A mesma coisa aconteceu quando o tecido foi aquecido com eletricidade, tendo mudado de cor e também mudado de forma, voltando à sua forma original quando a eletricidade foi desligada. Os cientistas puderam ativar seletivamente o tecido aplicando eletricidade em partes específicas.
O tecido também foi ativado com uma baixa tensão (5V em 20 segundos), inferior aos sistemas anteriores. Esta voltagem mais baixa significa que o tecido pode ser usado em dispositivos portáteis menores, como dispositivos biomédicos e sensores ambientais.
Dada a sua relação custo-benefício – os polímeros usados eram inclusivamente de plástico reciclado – os investigadores veem uma grande promessa nas aplicações do novo tecido inteligente.