Tabuleiro inferior reabriu nesta sexta-feira. Mas (quase) ninguém sabia que os veículos ligeiros não podem passar.
10h08 da manhã. Com dois polícias em cada extremidade, vemos atrás deles o novo asfalto do tabuleiro inferior da Ponte Luiz I.
É o dia 14 de Abril de 2023. Sexta-feira, uma manhã chuvosa no Porto.
Umas 15 ou 20 pessoas estão na margem norte do rio Douro para assistir ao momento: a Ponte Luiz I vai reabrir.
Este tabuleiro esteve fechado durante cerca de um ano e meio. Iria ser “só” um ano de obras de reabilitação, mas entretanto as pessoas responsáveis viram que a estrutura ao estilo Eiffel tinha mais problemas do que pensavam.
Demorou mais tempo do que pensavam.
Custou mais 900 mil euros do que pensavam.
Iria ter uns passeios extra, não tem.
Iria abrir em Setembro do ano passado, não abriu.
Iria abrir em Março deste ano, não abriu.
Chegamos ao tal dia 14 de Abril. 10h08. Um carro da polícia atravessa o tabuleiro, no sentido Gaia-Porto, para confirmar que a estrutura aguenta – qual Alves dos Reis, nos comboios em Angola.
Cinco dias depois da Páscoa, este tabuleiro ressuscitado poderia ter sido inaugurado por Joaquim Gonçalves, cinco minutos antes da hora prevista para a reabertura (10h); Joaquim estava com o seu carro, em Gaia, pronto para atravessar.
Mas a polícia disse ao gaiense para dar meia volta e ir à sua vida, relatou à agência Lusa.
Porque, afinal, no tabuleiro só passam (alguns) transportes públicos e velocípedes.
Quase no mesmo minuto, do lado do Porto, realmente verificamos que está lá a placa redonda, azul, a indicar que só transportes públicos e velocípedes devem passar na ponte.
Qual é o problema? Ninguém avisou.
O que se sabia é que o tabuleiro da Ponte Luiz I iria “reabrir ao trânsito” na manhã de 14 de Abril.
Seguindo essa informação, do lado de Gaia a Rua General Torres começa a ficar com fila de trânsito. Todos iriam passar para o lado do Porto, porque o trânsito estaria reaberto. Mas afinal não.
Do lado do Porto, não se repete o cenário na Avenida Gustavo Eiffel. Não há trânsito junto à ponte centenária.
Pouco depois, às 10h19, eis o primeiro autocarro: um 906 que saiu da Trindade rumo à Madalena. Há aplausos. E a surpresa continua, entre os presentes.
Nas horas seguintes, e enquanto os agentes da polícia por lá estiveram, a cena prolongou-se: “Volte para trás, aqui não passa”. Lá voltaram para a Ponte do Infante, ou para a Ponte da Arrábida – ambas muito congestionadas todos os dias.
A Câmara Municipal do Porto avisa mais tarde: “Para além dos peões, o tabuleiro é, a partir de agora, apenas utilizado por transporte público e velocípedes. É ainda permitida a circulação a táxis, estando a passagem interdita a transportes turísticos, ‘hop-on hop-off’ e TVDE”.
Ou seja, a Ponte Luiz I reabriu apenas para as pessoas andarem a pé e para bicicletas (já acontecia, no meio das obras), autocarros e táxis. Turismo e Uber e outros semelhantes não passam.
Tendo em conta que os autocarros de turismo de dois andares estão proibidos, no que diz respeito aos veículos de quatro todas só deverão passar ali os números 900, 901 e 906 da STCP, e os táxis. Além de bicicletas e turistas.
Ou melhor, a renovada ponte rodoviária serve sobretudo para andar a pé. Para turistas e locais que estejam a pass(e)ar.
10h08 da noite. Agora sem dois polícias em cada extremidade, o novo asfalto do tabuleiro inferior da Ponte Luiz I está repleto de… peões.
Se e por Ben de conservação da ponte do tempo da monarquia tudo bem ..
Mas se é por apenas os turistas irem fazer fotos com uma ponte deserta acho mal… Pois milhares de pessoas cruzavam a ponte para ir para casa, trabalho ou mesmo em lazer .. ..deveriam então construir uma outra ponte perto da dom Luís. Mas isto são opiniões…
Quem sabe quando se aproximar das eleições não surge essa ideia só para arrecadar mais uns votos…
Tem razão
Somos um povo que come tudo que mandam
Que visão tão parola. Ai se não pode passar o popo, é só para turistas? Porque quem trabalha não anda a pé, de bicicleta ou autocarro? Mas afinal os autocarros turísticos também não passam, não estou a entender afinal.
A uma aberração do presidente da câmara do Porto
A ponte sempre esteve aberta ao trânsito em geral
Agora renovada só para transporte público
Estão a brincar com os contribuintes que pagam os seus impostos
Um presidente da câmara municipal tem muito poder
O povo de Gaia e do Porto deviam revoltar com esta situação
Somos muito pacificos