Temperaturas acima da média em abril, atenção à radiação ultravioleta até domingo e níveis de pólenes muito elevados até pelo menos quinta-feira.
As temperaturas vão sofrer no sábado e domingo uma subida acentuada acima da média para o mês de abril, prevendo-se máximas acima dos 30 graus, em especial no Alentejo e Vale do Tejo, disse a meteorologista Patrícia Gomes.
Em declarações à Lusa, a meteorologista do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), adiantou que para hoje ainda está prevista chuva para as regiões do Norte e Centro que será mais frequente na região do Minho e Douro litoral, mas já está prevista uma ligeira subida das temperaturas.
“A maior subida será para amanhã, sábado, onde se espera que em alguns locais do país seja acentuada. Estamos a falar de variações comparando com o dia de hoje entre 6 a 8 graus. No domingo vamos ter uma outra subida de temperatura mais significativa nas regiões do litoral e aí já vamos ter valores da temperatura bastante elevados um pouco por todo o território. Estamos a falar de valores acima de 30 graus em alguns locais como o Alentejo e a região do Vale do Tejo”, adiantou.
Segundo Patrícia Gomes, segunda-feira será o dia mais quente com as temperaturas a variar entre os 28 e os 29 graus e acima dos 30 em alguns locais, sendo que no Vale do Tejo e Alentejo, serão valores próximos dos 34 graus.
“Será uma situação relativamente pontual. A temperatura começa a subir hoje, mas a partir de terça-feira, dia 18, espera-se uma descida gradual dos valores da temperatura. Nos primeiros dias da semana os valores estarão elevados e no final muitos locais voltam e a ter temperaturas mais habituais para esta altura do ano entre os 20 e os 25 graus, no Alentejo estará acima”, indicou.
A meteorologista do IPMA destacou que os valores da temperatura estão acima do que é normal para a época.
“Em alguns locais estamos a falar de variações 5 a 7 graus acima do que é normal para esta época do ano”, disse.
Devido à previsão do estado do tempo para os próximos dias, o perigo de incêndio rural vai agravar-se em Portugal continental.
“O perigo de incêndio rural vai subir pelos valores de temperatura. A situação sinótica leva a que o tempo seja seco. Os valores da humidade relativa serão relativamente baixos sobretudo no interior e nas regiões do Alentejo e também pelo vento que pontualmente será mais intenso, em especial nas terras altas. Este conjunto de fatores vai fazer com que o perigo aumente um pouco por todo o país”, concluiu.
De acordo com o IPMA, os concelhos de Tavira e São Brás de Alportel, no distrito de Faro, mentem-se hoje em perigo máximo de incêndio rural.
O IPMA colocou também os concelhos de Sardoal e Mação (Santarém), Gavião (Portalegre), Aljezur, Lagos, Portimão, Monchique, Silves, Loulé, Alcoutim e Castro Marim (Faro) em perigo muito elevado de incêndio.
Mais de 40 concelhos dos distritos de Faro, Beja, Évora, Leiria, Santarém, Portalegre, Castelo Branco, Viseu, Guarda e Bragança estão também em perigo elevado de incêndio.
O IPMA prevê até terça-feira um agravamento do perigo de incêndio, que se estenderá por uma área maior.
Radiação ultravioleta
A exposição à radiação ultravioleta vai representar este fim de semana um risco muito elevado em quase todo o território de Portugal continental e para o arquipélago da Madeira, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
No sábado, em Portugal continental a exposição à radiação terá um risco muito elevado em todo o território, com exceção dos distritos de Viana do Castelo, Braga, Vila Real e Bragança, que terão um risco elevado.
No domingo, a exceção ao risco muito elevado será apenas para os distritos de Viana do Castelo, Braga e Porto, que terão um risco elevado.
O arquipélago da Madeira terá no fim de semana um risco muito elevado na exposição aos raios, enquanto nos Açores o risco é inferior.
Face aos efeitos da exposição à radiação ultravioleta na saúde, o IPMA aconselha que nas regiões com risco muito elevado, sejam utilizados óculos de sol com filtro UV, chapéu, ‘t-shirt’, guarda-sol, protetor solar e ainda que se evite a exposição das crianças ao sol.
Para as regiões com risco elevado, recomenda o uso de óculos de sol com filtro UV, chapéu, ‘t’shirt’ e protetor solar.
A escala de radiação ultravioleta tem cinco níveis, entre risco extremo e baixo.
Pólenes
Os níveis de pólenes na atmosfera vão estar muito elevados em Portugal continental até pelo menos 20 de abril, indica o boletim polínico da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC) hoje divulgado.
“Não será um risco para toda a população”, mas apenas para quem tem alergias a esses pólenes, referiu Pedro Martins.
As crianças e pessoas mais idosas que sejam alérgicas “vão ser mais suscetíveis, mas é um risco que é transversal [a todos os alérgicos a pólenes], que pode levar a agravamento da doença e a deslocações a serviços de urgência”, adiantou o especialista em imunoalergologia.
Como recomendações práticas perante as elevadas concentrações previstas, Pedro Martins aconselha as pessoas alérgicas a usarem óculos escuros quando permanecem no exterior, a viajarem de carro com as janelas fechadas, a afastar a roupa utilizada durante o dia do quarto de cama, a evitar ventilar a casa nos horários de maior concentração de pólen no ar, como ao início da manhã, e a usar capacete integral, no caso dos motociclistas.
“Se a pessoa tem uma alergia a pólenes e sabe que tem queixas nesta altura da primavera, deve fazer um tratamento que seja prescrito que controle a sua doença e a deixe mais protegida para esta fase de pólenes elevados”, salientou ainda o secretário-geral da SPAIC.
Segundo disse, os “grandes picos” de concentração ocorrem entre meados de março e junho, em que o nível de pólenes na atmosfera atinge valores que “podem gerar queixas muito marcadas”, mas também podem surgir níveis elevados no Outono.
De acordo com a previsão da SPAIC para a semana de 14 a 20 de abril, na região de Trás-os-Montes e Alto Douro, os pólenes encontram-se num nível muito elevado e na atmosfera predominam os pólenes das árvores pinheiro, plátano, carvalhos e bétula e também das ervas gramíneas, parietária e urtiga.
Já no Porto (região de Entre Douro e Minho), predominam os pólenes das árvores pinheiro, carvalhos e bétula e das ervas gramíneas, parietária e urtiga, enquanto em Coimbra (região da Beira Litoral) verifica-se um nível muito elevado dos pólenes das árvores pinheiro e carvalhos e das ervas gramíneas, parietária e urtiga.
O boletim indica ainda que em Castelo Branco (região da Beira Interior) os pólenes encontram-se também num nível muito elevado e na atmosfera predominam os pólenes das árvores pinheiro e carvalhos e das ervas gramíneas, parietária, urtiga, tanchagem e azeda.
O documento refere que na região de Lisboa e Setúbal, a predominância é dos pólenes de pinheiro, oliveira, azinheira e outros carvalhos e também das ervas parietária, urtiga e tanchagem.
No Alentejo, onde também se prevê concentrações muito elevadas, os pólenes predominantes são de azinheira, mas estão a surgir os primeiros grãos da oliveira e das ervas gramíneas, parietária, urtiga, tanchagem e azeda.
Quanto ao Algarve, predominam os pólenes das árvores cipreste, pinheiro, oliveira, azinheira e outros carvalhos e das ervas parietária, urtiga, tanchagem, azeda e quenopódio, enquanto no Funchal (Madeira) e em Ponta Delgada (Açores) a previsão da SPAIC é de nível baixo de concentração na atmosfera.
// Lusa