Défice em 2022 ficou-se pelos 1.2 mil milhões de euros; previsão de Fernando Medina era de 4.4 mil milhões.
O défice público português, em contas nacionais, terminou 2022 nos 0,5% do produto interno bruto (PIB). A meta era de 1,9%.
Os cálculos foram revelados nesta terça-feira pelo Conselho das Finanças Públicas.
“O elevado crescimento da atividade económica em 2022 e o efeito da inflação no aumento da receita fiscal contribuíram para um resultado orçamental melhor do que o previsto pelo Ministério das Finanças (MF), que estimava um défice de 1,9% do PIB”, recorda o documento.
Olhando para números mais concretos, o défice no ano passado foi de 1.2 mil milhões de euros – quando a previsão do ministro das Finanças, Fernando Medina, era de 4.4 mil milhões de euros.
Assim, a folga é de 3.2 mil milhões de euros. É uma “margem enorme”, reforça o Dinheiro Vivo.
A execução do Orçamento de Estado para este ano ganha portanto uma margem confortável, bem mais favorável do que se previa oficialmente.
Ao longo do ano passado, e como se previa, a receita fiscal subiu muito graças à subida considerável – e inesperada – dos preços, muito por causa da guerra na Ucrânia.
Houve contenção na despesa por causa do investimento não realizado e de atrasos no arranque dos fundos europeus, sobretudo do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
Para os próximos cinco anos, o Conselho das Finanças Públicas prevê que, no geral, as medidas que estão em vigor continuem a ser concretizadas.
A despesa continuará a descer (por exemplo, na pensão extra), as medidas anti-COVID desaparecem, os apoios aos efeitos da inflação e da subida com custos da energia mantêm-se neste ano, com destaque para a redução do ISP na gasolina e no gasóleo. E não se prevêem mais encargos com a TAP.
Em princípio, o défice continuará baixo no próximo ano e o rácio da dívida vai ser reduzido em quase cinco pontos percentuais, para 109,2% do PIB – mesmo assim abaixo da previsão do Governo para este ano, que é de 110,8%.
O “em princípio” surge no início do parágrafo anterior por causa do contexto recheado de mais incertezas do que o habitual: guerra, inflação, juros, Banco Central Europeu…
O crescimento económico poderá passar por entraves que não estão previstos nesta conjuntura – e a recessão, não sendo a hipótese mais provável, não está afastada.
Além disso, os números do emprego começaram a mudar no início deste ano, apresentando uma tendência de subida da taxa de desemprego, em todos os grupos etários em Portugal.
Quando o Estado tem a dívida astronómica que tem, não existe “margem”…
Dá para cobrir uma pequena parte reservada para a corrupção anual.
Margem era se o Governo tivesse um superavit de 3 200 milhões. Tendo em conta que Portugal ainda teve défice, ou seja o Governo gastou mais dinheiro do que aquilo que recebeu, não se pode considerar haver margem. Correu um bocado melhor que o previsto, mas continuamos a gastar mais do que temos e endividar-nos cada vez mais. Mesmo que a divida em percentagem do PIB baixe, a divida total sobe, e os juros nos próximos anos vão fazer mossa nas contas. Com a divida gigantesca que Portugal tem e com os juros a subir bem precisava-mos de uma “margem” destas.
Infelizmente não é por mérito do governo, mas graças a uma inflação galopante e sem controle que tem trazido tantas dificuldades financeiras às famílias e empresas, mas grande aumento de rendimentos ao governo em iva.
Folga !!!! Se temos um défice (Saldo negativo no orçamento do Estado ou excesso de despesas sobre as receitas) de 0.5 % que corresponde a ter de pedir dinheiro emprestado com juros cada vez mais alto para tapar esse défice, onde é que vêm folga ??? É esta mentalidade que destrói este país.
Folga?! Só têm folga orçamental porque têm muito por fazer!
Assim de repente, material militar para manter, dívidas por pagar a professores, hospitais para reequipar, etc.