Pelo menos sete pessoas morreram num ataque num salão das Testemunhas de Jeová em Hamburgo, segundo a polícia alemã.
O número foi avançado no site da polícia, no qual também se dá conta de um número indeterminado de feridos. O diário Bild tinha noticiado anteriormente que o ataque gerara “um banho de sangue” e resultara em pelo menos sete mortos e oito feridos graves.
As autoridades ainda não divulgaram o possível motivo para o tiroteio de quinta-feira à noite na segunda maior cidade da Alemanha, no norte do país.
O chanceler alemão, Olaf Scholz, lamentou o “ato de violência brutal”, sublinhando que os seus pensamentos estavam com as vítimas e respetivas famílias.
A ministra do Interior alemã, Nancy Faeser, também reagiu na rede social Twitter, afirmando-se “chocada com o terrível ato de violência”.
Ich bin erschüttert über die furchtbare Gewalttat in einer Gemeinde der Zeugen Jehovas in #Hamburg. Meine Gedanken sind bei den Opfern, ihren Angehörigen & den Gemeindemitgliedern. Die Hintergründe werden mit Hochdruck ermittelt. Vielen Dank an @PolizeiHamburg & Rettungskräfte.
— Nancy Faeser (@NancyFaeser) March 10, 2023
Também a comunidade das Testemunhas de Jeová disse que se encontrava “profundamente entristecida” com o ataque mortal contra os membros. “A comunidade religiosa está profundamente entristecida com a terrível morte dos seus membros”.
A polícia indicou que foi alertada para o tiroteio pelas 21:15 de quinta-feira (20:15 em Lisboa) e que, depois de chegarem ao local, ouviram um tiro num andar superior do edifício.
Um porta-voz da polícia avançou aos jornalistas que havia “indícios que o autor do ataque” pudesse estar no edifício, “possivelmente até entre os mortos”.
A agência de notícias alemã dpa indicou que as equipas de socorro retiraram 18 pessoas, que escaparam ilesas, de um edifício utilizado por Testemunhas de Jeová.
As Testemunhas de Jeová fazem parte de uma igreja internacional, fundada nos Estados Unidos no século XIX e sediada em Warwick, Nova Iorque, reivindicando uma adesão mundial de cerca de 8,7 milhões de pessoas, com cerca de 170.000 na Alemanha.
As autoridades alemãs têm estado em alerta nos últimos anos perante uma dupla ameaça terrorista, de extremismo islâmico e de direita.
A Alemanha foi vítima de ataques de movimentos extremistas islâmicos, em particular um com um camião, reivindicado pelo grupo Estado Islâmico (EI) que causou 12 mortos em dezembro de 2016, em Berlim, o mais mortal do género cometido em solo alemão.
Os alemães continuam a ser um alvo para grupos extremistas islâmicos, em particular por causa do envolvimento do país na coligação contra o EI no Iraque, Síria e no Afeganistão.
Desde 2013 e até o final de 2021, o número de islâmicos considerados perigosos na Alemanha quintuplicou, chegando a 615, indicou o Ministério do Interior alemão.
Depois de um alerta do Departamento Federal de Investigação norte-americano (FBI), as autoridades alemãs anunciaram a 8 de janeiro a detenção de dois iranianos suspeitos de prepararem um ataque químico, com recurso a ricina e cianeto.
Uma outra ameaça é a extrema-direita, depois de vários ataques mortais nos últimos anos contra comunidades ou locais religiosos no país.
No ataque racista em Hanau, perto de Frankfurt (oeste), em fevereiro de 2020, um alemão envolvido num movimento de conspiração matou nove jovens, todos de origem estrangeira.
Entre 2000 e 2007, um grupo neonazi chamado NSU já tinha assassinado nove migrantes e uma polícia. Dois dos membros cometeram suicídio antes de serem detidos e o terceiro foi condenado a prisão perpétua.
ZAP // Lusa