Famílias espanholas acusam enfermeira de falsificar vacinação de crianças

Pais querem saber o porquê de a profissional de saúde, claramente anti-vacinação, ter sido designada para inocular crianças.

Um grupo de famílias espanholas decidiu agir judicialmente contra uma enfermeira acusada de falsificar a administração de vacinas previstas no programa de inoculação espanhol. O primeiro alerta surgiu no outono passado, depois de alguns pais alertarem as autoridades sanitárias para o facto de a profissional de saúde os tentar desencorajar de vacinarem os filhos durante as visitas de rotina ao centro de saúde, nas proximidades de Bilbau.

Outro sinal de alerta para os pais tinha que ver com a forma como as injeções eram administradas. Segundo o The Guardian, 42 famílias constituem o grupo que iniciou uma ação legal contra a enfermeira, acusando-a de falsificação de documentos e uso incorreto de fundos públicos.

“Todas as famílias foram vacinadas, ou não, por esta enfermeira”, começou por dizer Aitzol Asla, advogado que representa os pais. “Alguns perceberam que ela estava a administrar as vacinas de forma estranha; introduzia a agulha de forma rápida e depois descartava todo o líquido para o lixo.”

De acordo com o mesmo jornal britânico, a profissional de saúde em causa era responsável por inocular as crianças contra doenças como a meningite e a hepatite B. De forma a perceber a repercussão da alegada atitude negligente da enfermeira, as autoridades locais realizaram testes anticorpos a 50 crianças que haviam sido vacinadas naquela serviço de saúde, dividindo-as em dois grupos, dependendo do enfermeiro que as acompanhou.

Foi então descoberto que as crianças supostamente vacinadas pela profissional de saúde em causa não tinham sido corretamente imunizadas, de acordo com a informação veiculada pelas autoridades sanitárias. Perante estes resultados, os testes foi alargado a 400 crianças, que se acreditam ter sido acompanhadas pela mesma enfermeira — atualmente de baixa.

O advogado também se queixa da falta de informações dadas às famílias ao longo dos últimos meses, preocupadas com eventuais surtos de meningite nas escolas. “Os pais iriam continuar a deixar os filhos ir às aulas, acreditando que estes estavam vacinados quando não estavam. Felizmente, nada aconteceu até à data.”

Espanha tem atualmente uma das maiores taxas de aceitação de vacinas na Europa, com um estudo realizado em todo o continente a demonstrar que no país 89% dos inquiridos concordavam que as vacinas eram importantes e 92% dizia que eram eficazes.

Com a luta na justiça, os pais esperam encontrar mais explicações, não só em relação à saúde dos filhos, mas sobretudo para o porquê de uma enfermeira manifestamente anti-vacinas ter sido encarregue de inocular crianças.

ZAP //

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