Os amigos no Facebook podem influenciar o nosso risco de morte prematura

A pesquisa descobriu que ser amigo no Facebook de pessoas de um estatuto socioeconómico mais elevado está associado a um menor risco de morte prematura por doenças cardíacas.

Um novo estudo que ainda não foi publicado descobriu uma correlação entre a conectividade económica — as ligações entre pessoas de diferentes estatutos socioeconómicos através de amizades no Facebook — e o risco de morte prematura causada por doenças cardíacas.

Este é o primeiro estudo que usa as amizades no Facebook como métrica para acessar a conectividade económica. As conclusões sugerem que estar ligado a pessoas com um estatuto socioeconómico acima da média no Facebook pode ajudar a diminuir o efeito negativo da pobreza na saúde, relata o SciTech Daily.

“As redes sociais são importantes para os resultados de saúde. Mecanismos para melhorar as redes sociais podem ser estabelecidos através de programas de orientação para jovens, estágios ou programas escolares para conectar pessoas, e isso pode ter efeitos duradouros na relação com a mortalidade cardiovascular”, explica Tabitha Lobo, MD, autora principal do estudo.

Os investigadores estimaram a conexão económica adaptando um método desenvolvido recentemente para estimar a proporção de utilizadores do Facebook numa área específica que têm um grande número de amizades com pessoas de estatuto socioeconómico superior ao seu próprio.

O método não teve em conta o nível de interação entre as duas contas, tendo apenas em conta o estatuto da amizade. Os cientistas compararam os dados de conectividade económica de cada zona com as taxas de morte prematura por doenças cardíacas no condado.

As taxas de morte prematura basearam nos registos de mais de 900 000 mortes de pessoas com idades entre 25 e 65 anos, ocorridas entre 2018 e 2020, e que tiveram doenças cardíacas como causa subjacente de morte.

Mesmo depois de se ajustar para outros fatores — como raça, sexo, pontuações de vulnerabilidade social (uma métrica que captura a capacidade de uma comunidade de prevenir sofrimento humano e perda financeira num desastre) e fatores de risco no condado específico — estima-se que a conexão económica no Facebook explique 57% da correlação.

“Tradicionalmente, concentramo-nos em intervenções individuais, mas isto dá-nos a oportunidade de trabalhar mais no nível da comunidade, por exemplo, fornecendo informações aos legisladores para melhorar a saúde geral de uma comunidade e não apenas focar-se num nível individual”, remata Lobo.

ZAP //

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