Estado pagou 400 mil euros a ex-diretor do BPN

José Sá Freire / YouTube

O Estado pagou uma indemnização de 400 mil euros a um antigo alto quadro do BPN. Outros nove receberam entre 200 mil e 350 mil euros.

A nacionalização do BPN foi proposta pelo Governo de José Sócrates no dia 2 de novembro de 2008, ao Parlamento. Na altura, as perdas do banco rondavam os 700 milhões de euros. A nacionalização foi aprovada três dias depois na Assembleia da República e promulgada seis dias depois.

No dia 18 de dezembro desse ano, o valor das perdas e imparidades ocultadas do supervisor Banco de Portugal era avaliado, por auditores externos, em 950 milhões de euros.

A Parvalorem, entidade pública que herdou os ativos tóxicos e os trabalhadores do BPN, pagou indemnizações de 200 mil a 400 mil euros a dez antigos altos quadros do banco, avança o Correio da Manhã. O pagamento foi o resultado de rescisões do contrato de trabalho por mútuo acordo.

De acordo com a Parvalorem, o pagamento destas indemnizações surgiu “no contexto das obrigações de redução de despesa e de otimização de recursos”.

Entre os dez altos quadros do BPN, um deles recebeu uma indemnização de 400 mil euros, enquanto os restantes nove receberam entre 200 mil e os 350 mil euros. A verba mais elevada foi paga a um ex-administrador do BPN que tinha o estatuto de diretor na Parvalorem, escreve o jornal.

A herdeira dos ativos tóxicos do BPN justifica que estes altos quadros tinham “remunerações e antiguidades [no BPN e na empresa] elevadas”.

“A racionalidade financeira subjacente ao programa baseou-se no facto de que o valor das indemnizações, em média, corresponder a pouco mais de dois anos de salários e encargos com os trabalhadores que aderissem ao programa”, explicou ainda a Parvalorem.

Em 2021, a empresa gastou em indemnizações a 36 trabalhadores 3,1 milhões de euros. O antigo banco custou aos contribuintes, entre 2008 e 2021, mais de 6,1 mil milhões de euros.

Em entrevista à RTP em 2013, o antigo primeiro-ministro José Sócrates salientou que “temia que alguma coisa acontecesse” se o Estado não interviesse no BPN e “com a informação que dispunha, [a nacionalização] era a melhor decisão na altura”.

ZAP //

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