O relatório dá conta de casos residuais de bebés que foram abusados sexualmente por membros da Igreja Católica.
O relatório final da comissão independente que estudou os abusos sexuais na Igreja Católica revela que houve alguns casos residuais de abusos a bebés. ““Embora existam relatos residuais de abusos a partir dos 2 anos de idade, reportados por outrem, a incidência torna-se frequente logo a partir dos 6 anos (6,4%), sendo mais elevada no intervalo entre os 10 e os 14 anos”, pode ler-se no documento.
Um dos gráficos do documento mostra que 0,2% das vítimas de abusos por parte de membros do clero tinham dois anos e 0,4% tinham três anos, relata o Correio da Manhã. Os bebés com dois anos eram maioritariamente do sexo feminino enquanto que as vítimas com três anos já eram maioritariamente meninos.
No plano geral, as vítimas do sexo feminino reportaram que os abusos começaram mais cedo do que as vítimas do sexo masculino. “A primeira situação de abuso sofrida pelos rapazes ocorre numa idade mais tardia do que entre as raparigas (11,7 contra 10,5 anos), sendo esta diferença estatisticamente significativa, facto eventualmente justificável por ser sabido que as mesmas transformações pubertárias ocorrem, de modo geral, mais precocemente no sexo feminino”, lê-se no relatório.
“Mancha indelével”
O bispo auxiliar de Lisboa considerou quarta-feira que os casos de abusos sexuais na igreja católica portuguesa não vão reduzir a participação nas Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ), que se realizam em agosto, em Lisboa.
“Mancha indelével é um jovem ou uma criança ter sofrido um abuso. Para a JMJ e para a notoriedade da igreja, seja lá para o que for, nada se compara ao sofrimento vivido por alguém tenha sido vítima de um crime destes, tudo o resto é secundário”, frisou Américo Aguiar.
O presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023, que falava aos jornalistas antes de um encontro com jovens no Instituto Justiça e Paz, em Coimbra, não antevê que o relatório da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica reduza a participação no encontro.
Para Américo Aguiar, as decisões de participação ou não “decorrem no coração de cada um”, mas que até à data os “desejos de inscrição” estão a atingir os 500 mil na primeira fase, “sem que houvesse qualquer tipo de reação, nem melhor nem pior”.
O líder da organização das JMJ salientou o facto da igreja católica portuguesa ter avançado com a comissão independente e de ter criado todas as condições para pudesse ter feito o seu trabalho.
“Agora é o momento de lermos o relatório e de quem de direito tomar as decisões que são urgentes e inadiáveis para que não volte a acontecer”, sublinhou o bispo auxiliar de Lisboa.
“O que devia ser feito foi feito e o que tem de ser feito tem de ser feito, independentemente dos calendários, porque, como dizia há dias, a dor não prescreve, o mal está feito e o que é preciso fazer é impedir que volte a ocorrer”, acrescentou.
A esmagadora maioria dos cerca de meio milhão de jovens inscritos são estrangeiros, de 183 países, segundo Américo Aguiar, que gostava de contar com jovens de todos os países da lista oficial das Nações Unidas.
“Tenho pedido muito aos portugueses que confiem que a JMJ é algo muito positivo para os jovens portugueses, não só católicos, mas para a juventude do mundo inteiro”, enfatizou.
A JMJ, considerada o maior acontecimento da Igreja Católica, vai realizar-se este ano em Lisboa, entre 1 e 6 de agosto, sendo esperadas cerca de 1,5 milhões de pessoas.
As principais cerimónias da jornada decorrem no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures.
A realização da JMJ tem um custo superior a 150 milhões de euros, segundo as estimativas mais recentes da Igreja Católica (cerca de 80 milhões), do Governo (30 milhões, sem considerar o IVA, que reverte a favor do Estado) e dos municípios de Lisboa (até 35 milhões de euros) e Loures (10 milhões).
As jornadas nasceram por iniciativa do Papa João Paulo II, após o sucesso do encontro promovido em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude.
ZAP // Lusa
O MP deveria tratar os padres criminosos igual a qualquer outro pedófilo ou pior, prisão no meio dos presos normais, sem tratamento à parte, indeminização a todas as vítimas e GUILHOTINA.
Porcos e assassinos. é esta a imagem que ressalta dos membros da seita católica.
Admira é que, depois de todos estes escândalos de abuso sexual de menores que ocorrem há séculos, ainda haja gente que confie crianças aos cuidados desses aldrabões. Leiam “A Velhice do Padre Eterno” de Guerra Junqueiro e ficarão esclarecidos (gratuito no wikisource).
E porque se fala sempre no passado? Está tudo bem agora, deixou de haver abusadores? Acabem com isso do celibato, mas é!
O não celibato pouco ou nada resolve. Ainda há pior do que estes crimes. Embora pareça que não. Ainda piores são os abusos dentro da própria família. Pais e avós que abusam dos seus filhos e netos, Tios que abusam de sobrinhos e sobrinhas. É um nunca mais acabar… E esses não são celibatários.