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“Governos devem começar a retirar apoios à economia”. BCE aumenta taxas de juro

Stephen Jaffe / IMF / Flickr

Christine Lagarde, presidente do BCE

Christine Lagarde, presidente do BCE

Quinto aumento consecutivo. A principal taxa de juro das principais operações de refinanciamento passa para 3%.

Já se esperava: o Banco Central Europeu (BCE) anunciou nesta quinta-feira uma subida das suas taxas de juro em 50 pontos base.

É o quinto aumento consecutivo e, após esta nova subida, a principal taxa de juro das principais operações de refinanciamento passa para 3%.

Aa taxa aplicável aos depósitos ficará em 2,50% e a taxa de facilidade permanente de cedência de liquidez passa a ser de 3,25%.

O BCE tem tentado restringir a sua política monetária para combater a inflação – e avisou que, no próximo mês, vai repetir a decisão.

Christine Lagarde, presidente do BCE, disse depois da reunião que os governos nacionais devem começar reduzir os apoios à economia: “As políticas orçamentais podem exacerbar as pressões inflacionistas e, assim, exigir uma maior reacção do BCE”.

Lagarde acha que as pressões inflacionistas da Zona Euro continuam elevadas e que a autoridade monetária ainda tem “terreno a cobrir” para controlar a taxa de inflação, indica o Eco.

O jornal Público lembra que estas taxas de juro têm subido desde Julho do ano passado. O BCE tenta restringir o acesso ao crédito na economia, arrefecer a procura e limitar as pressões inflacionistas.

Miguel Cabrita, responsável do Idealista, considera que o anúncio de novos aumentos nas próximas reuniões são “esclarecedores”, o que pode afectar ainda mais a economia de muitas famílias com créditos habitação de taxa variável nos próximos meses.

“É possível que no primeiro semestre deste ano os juros atinjam, ou até mesmo, possam ultrapassar os 4%, impulsionados por uma inflação subjacente que não permite ser demasiado optimista”, avisou Miguel.

Muito bancos em Portugal hesitam em conceder novos empréstimos com taxas mistas/fixas. “Ou, então, oferecem-nos a taxas muito elevadas. Mas este tipo de crédito habitação tem sido cada vez mais frequente entre as novas escrituras”.

“Desde o início da escalada dos juros em Julho, a taxa mista surge como uma fórmula escolhida pelas famílias para obter financiamentos com preços mais baixos e estáveis por um período inicial de anos, de forma a se protegerem da incerteza atual”, explicou o responsável.

ZAP //

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