O mundo está “perigosamente despreparado” para futuras pandemias após a crise de covid-19 que iniciou há três anos e matou mais de seis milhões de pessoas a nível mundial, alertou a Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (IFRC).
A organização de ajuda humanitária afirmou no seu Relatório de Catástrofes Mundiais, citado pelo Insider e divulgado na segunda-feira que “muitos países” não estavam preparados para a covid-19 e que “todos os países permanecem perigosamente despreparados para futuros surtos”.
A IFRC apontou que os países “precisam de começar a preparar-se agora, porque o nosso mundo está a tornar-se cada vez mais perigoso”, advertindo contra surtos de doenças mas também catástrofes relacionadas com o clima.
“A pandemia de covid-19 deve ser um alerta para que a comunidade global se prepare para a próxima crise sanitária”, disse em comunicado Jagan Chapagain, secretário-geral da IFRC.
“As nossas recomendações aos líderes mundiais centram-se na construção da confiança, no combate à desigualdade, e na alavancagem dos atores e comunidades locais para realizarem trabalho no sentido de salvar vidas”, acrescentou.
E continuou: “a próxima pandemia pode estar mesmo ao virar da esquina; se a experiência da covid-19 não acelerar os nossos passos no sentido da preparação, o que irá fazê-lo?”.
Mais de 6,8 milhões de pessoas morreram de covid-19 em todo o mundo desde que a pandemia começou, no início de 2020. São mais mortes do as causadas por terramoto, seca ou furacão.
Até ao final deste ano, indica o relatório, todos os países deviam atualizar os planos de preparação para pandemias e “rever a legislação relevante para ver se também ela precisa de ser atualizada”.
Os planos de preparação para pandemias “devem incluir medidas concretas para reforçar a equidade, a confiança e a ação social”, aponta ainda. Até 2024, de acordo com o relatório, todos os países deviam ainda adotar um novo tratado e rever o regulamento Sanitário Internacional.
O relatório recomenda também que até 2025 os países aumentem o financiamento ao nível da saúde em 1% do PIB e o financiamento global da saúde em pelo menos 15 mil milhões de dólares por ano.
“Embora a covid-19 era um novo vírus que apresentava novos desafios, existem inúmeras medidas e abordagens comuns que poderiam ter mitigado os impactos da pandemia”, disse Jagan Chapagain, sublinhando: “os governos podiam ter feito um investimento muito maior na preparação para emergências a nível da comunidade”.
“Para assegurar que não repitamos os mesmos erros, as lições críticas desta pandemia devem ser incorporadas nas leis, políticas, orçamentos e ações nacionais”, concluiu.
