A divulgação do vídeo do espancamento fatal do jovem negro Tyron Nichols, agredido por cinco polícias numa operação stop em Memphis, no estado norte-americano do Tennessee, desencadeou protestos em várias cidades do país.
A polícia de Memphis divulgou o vídeo das agressões dos polícias a Tyron Nichols, de 29 anos, depois de este ter sido parado por uma alegada violação de trânsito. O jovem acabou por morrer três dias depois, num hospital.
As imagens mais marcantes são as que foram captadas por uma câmara de vigilância instalada num poste de iluminação pública, onde se pode ver como os agentes pontapearam Nichols, inclusive na cabeça, e lhe bateram com um bastão.
A mãe de Nichols, RowVaughn Wells, disse ao The Washington Post (TWP) que só conseguiu ver menos de um minuto do vídeo, lamentando que tem de “ser forte”, mas que “é muito difícil”.
O vídeo que partilhamos de seguida pode ferir susceptibilidades pela sua violência.
A dada altura, estando deitado no chão, com os polícias em seu redor, pode ouvir-se Tyre Nichols a chamar “mamã, mamã”.
O incidente ocorreu no passado dia 7 de Janeiro quando o jovem seguia no seu carro, já perto de casa, para onde se dirigia.
As imagens das agressões foram divulgadas nesta quinta-feira, 27 de Janeiro, mostrando a sequência do que aconteceu com recurso à videovigilância da rua e às câmaras instaladas nos fardamentos dos agentes.
Pode ver-se que o jovem não oferece resistência numa fase inicial, sendo alvo de uma brutalidade que não parece fazer sentido, uma vez que não está armado, nem tenta reagir.
Depois, o jovem consegue fugir, mas é de novo apanhado por dois polícias numa rua deserta, sendo pulverizado com gás lacrimogéneo e recebendo pontapés e socos no corpo, e inclusive sendo atingido por uma arma de electrochoques.
Tyre Nichols acaba por ser arrastado pelo chão, algemado, até ao carro da polícia, onde esperou mais de 20 minutos por uma ambulância perante a indiferença policial pelas suas lesões, como refere o TWP.
O jovem de 29 anos era motorista da empresa expressa de correspondência FedEx e tinha uma filha de 4 anos.
Polícias envolvidos foram demitidos
As imagens divulgadas pela polícia estão a ser comparadas ao brutal espancamento de Rodney King, em 1991, em Los Angeles, na Califórnia, que gerou uma imensa onda de protestos.
Para já, os protestos ainda não assumiram tamanha dimensão. Mas, em Memphis, centenas de pessoas bloquearam o trânsito numa auto-estrada, com os manifestantes a pedirem para falar com o autarca da cidade, Jim Strickland, e com o chefe do departamento de polícia, Cerelyn Davis.
Entretanto, centenas de pessoas saíram para protestar em outras cidades dos EUA, incluindo Nova Iorque, Atlanta, Washington D.C. e Detroit. Em Nova Iorque, mais de 100 pessoas manifestaram-se em Times Square, no centro de Manhattan.
O Presidente dos EUA, Joe Biden, já se mostrou “indignado” com as imagens e apela às pessoas para não recorrerem à violência para exprimir a sua raiva “justificável”.
“Protestem, mas com segurança”, pede também o padrasto de Nichols, Rodney Wells, numa conferência de imprensa.
Os agentes envolvidos no espancamento do jovem foram demitidos do departamento de polícia e enfrentam uma série de acusações criminais.
O Procurador-Geral, Merrick Garland, prometeu, na sexta-feira, uma investigação à morte de Tyron Nichols e apelou também a que os protestos sejam pacíficos.
A polícia nos EUA tem sido acusada por organizações de direitos humanos de uso desproporcionado da violência contra a população negra no país.
Quase um terço de todas as pessoas mortas pela polícia nos EUA, em 2021, eram negras, apesar de representarem apenas 13% da população do país.
ZAP // Lusa
É a democracia americana em funcionamento. Aquela democracia que os EUA querem exportar para a Ucrânia e para o Médio-Oriente…
Verdade!!!!
Qt não vale mais a democracia Russa que o Putin já exportou para a Bielorrússia, a Georgia e que quer implementar/bombardear a Ucrânia e a Moldávia.
Antes o ser espancado, preso e julgado por ter uma folha branca na mão, durante uma manifestação anti-guerra.
Entre uma e outra, venha o diabo e escolha.
Triste a morte, independentemente dos motivos. De notar que os 5 polícias tb são negros.
Tem muito mais piada deixar os leitores pensar que se trata de mais um crime com o racismo como pano de fundo.
Mais… eu diria até que nem interessa dizer que os policias são negros. É propositado! Porque não tardava nada e tínhamos aí pessoal a dizer que a noticia tinha como objetivo associar policias de raça negra, a violência policial. A comunicação social tem dois pesos e duas medidas.