O asteroide passará 3.600 quilómetros acima da ponta sul da América do Sul. Isto é dez vezes mais perto que os satélites de comunicação.
Um asteroide do tamanho de um autocarro vai passar “extraordinariamente próximo” da Terra na madrugada de quinta para sexta-feira, num dos encontros mais próximos já registados, adiantou esta quarta-feira a agência espacial norte-americana (NASA).
A agência norte-americana assegurou, no entanto, que este será um “quase acidente”, sendo que não há hipóteses do asteroide atingir o planeta.
O asteroide, recém-descoberto, passará 3.600 quilómetros acima da ponta sul da América do Sul, ou seja, dez vezes mais perto que os conjuntos de satélites de comunicação que circulam visíveis no céu, destacou ainda a agência espacial.
Mesmo que a rocha espacial chegasse muito mais perto da Terra, os cientistas explicaram que a maior parte desta iria queimar-se na atmosfera, com alguns dos pedaços maiores provavelmente a caírem como meteoritos.
O sistema de avaliação de risco de impacto da NASA, o Scout, rapidamente descartou um impacto, realçou o responsável pelo desenvolvimento, Davide Farnocchia. “Mas, apesar das poucas observações, foi capaz de prever que o asteroide passará extraordinariamente próximo da Terra”, sublinhou Farnocchia citado num comunicado.
Se um asteroide estiver num raio de 7.402.982 km, e for maior que 150 metros, é considerado um objeto potencialmente perigoso, de acordo com a NASA. “Na verdade, esta é uma das maiores aproximações já registada de um objeto a acercar-se da Terra“, reconheceu o organismo.
Descoberto no sábado, acredita-se que o asteroide conhecido como 2023 BU tenha entre 3,5 metros e 8,5 metros de diâmetro. Foi descoberto pela primeira vez pelo mesmo astrónomo amador na Crimeia, Gennady Borisov, que encontrou um cometa interestelar em 2019.
Em poucos dias, dezenas de observações foram feitas por astrónomos em todo o mundo, permitindo apurar a órbita do asteroide.
O trajeto do asteroide será drasticamente alterado pela gravidade da Terra assim que passar e, em vez de completar uma volta ao sol a cada 359 dias, mover-se-á numa órbita oval com a duração de 425 dias, de acordo com a NASA.
// Lusa