Parto prematuro condiciona-nos para sempre, revela mega-estudo

Entre outras consequências, os prematuros têm pior desempenho na escola, quando chegam a adolescentes. Estudo analisou 800 mil pessoas.

Nenhuma mãe, pelo menos em princípio, quer ser mãe de um bebé prematuro. Se não chegar às 40 semanas, que chegue às 39 ou 38, no mínimo. Menos de 37 semanas de gravidez é considerado parto prematuro.

Porque um parto prematuro pode ser um problema sério – não só no momento do nascimento do bebé, como para o seu futuro.

A falta de desenvolvimento de alguns órgãos, que não cresceram o que seria suposto dentro da barriga da mãe, pode originar uma série de problemas: respiratórios (pulmões imaturos) são os mais frequentes; embora os avanços na medicina minimizem cada vez mais casos.

Um estudo analisou dados da população na Dinamarca. Um estudo em escala muito larga, diga-se: foram recolhidas informações sobre todos os irmãos nascidos na Dinamarca entre 1986 e 2003. Quase 800 mil percursos de crianças foram analisadas.

O foco foi nos bebés nascidos antes das 34 semanas de gravidez. E além de, obviamente, se olhar para o tempo de gestação, foram avaliados exames escritos de dinamarquês e matemática aos 15 e 16 anos de idade e foram realizados testes de QI a mais de 227 mil jovens com 18 anos.

A análise publicada no British Medical Journal tira uma conclusão fundamental: os prematuros tiveram notas muito mais baixas do que os outros, nos exames de matemática.

Nos testes de QI, panorama semelhante: quanto mais cedo o jovem nasceu, mais baixo foi o seu resultado no teste.

No exame de dinamarquês, só se verificaram diferenças evidentes em quem nasceu antes das 27 semanas.

Os que nasceram entre as 34 e as 39 semanas tiveram resultados praticamente iguais aos que nasceram às 40 semanas de gravidez. As diferenças foram visíveis em quem nasceu antes das 34 semanas.

O portal El Confidencial recorda que, há cinco anos, um estudo no British Journal of Obstetrics and Gynecology mostrou que, quem nasceu antes das 37 semanas, teve problemas no seu desenvolvimento neurológico e cognitivo. Desenvolveu também mais problemas motores e o risco de défice de atenção e hiperactividade é maior.

Estudos como estes dois reforçam a ideia de que a fase final da gravidez é importantíssima para o desenvolvimento da pessoa que vai nascer: é nas últimas cinco semanas que se desenvolve mais a mielinização (processo relacionado com os impulsos nervosos e com a protecção dos neurónios).

O cérebro é o único órgão que nasce sempre imaturo, em todos os partos prematuros.

Estima-se que nasçam 15 milhões de bebés prematuros por ano. Este pode ter sido o maior estudo de sempre sobre o assunto.

ZAP //

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