Os Estados Unidos (EUA) devolverem 60 artefatos arqueológicos a Itália, no valor de mais de 20 milhões de euros. Entre eles estão 21 objetos que estiveram expostos no Museu Metropolitan de Nova Iorque.
Segundo anunciou na segunda-feira o ministro da cultura italiano, Gennaro Sangiuliano, citado pelo La Repubblica, trata-se de “uma grande vitória contra o tráfico ilícito”.
No conjunto estão peças pilhadas em locais arqueológicos italianos, algumas desaparecidas ou reclamadas há anos. Uma delas, um fresco que retrata um jovem Hércules a estrangular uma serpente, datado do século I e que terá sido pilhado perto de Pompeia, estava na posse de um investidor e colecionador norte-americano.
Segundo o New York Times, crê-se que o fresco tenha sido saqueado de Herculaneum, povoação afetada pela erupção do Vesúvio no ano de 79. Já o La Repubblica estima que possa também rpovir de Pompeia ou de algum outro povoado na região. O Governo italiano tentava reavê-lo desde 1997.
Outras das peças são uma cabeça de mármore de ‘Athena’, um cílice de terracota e um busto de bronze, estes últimos dois avaliados em 3 milhões e 1,5 milhões, respetivamente. A representação de Athena é datada de 200 anos a.C. e o cálice do século V a.C., sendo este atribuído ao Pintor de Villa Giulia, um artesão cujo nome se perdeu mas que trabalhava em Atenas.
Sta iniziando nella sala Spadolini del #MiC la presentazione dei reperti #archeologici recuperati negli Stati Uniti e rimpatriati dai @_Carabinieri_ Tutela Patrimonio Culturale. Interviene il Ministro @g_sangiuliano.
↘️ https://t.co/vczMzrbqE5 pic.twitter.com/XvHG143BMG— Ministero della Cultura (@MiC_Italia) January 23, 2023
De acordo com o New York Times, as peças que estavam no Metropolitan foram apreendidas em julho de 2022 e devolvidas agora a Itália.
“O que apresentamos hoje é fruto de uma atividade de colaboração internacional, mas ainda temos muito a fazer nessa frente”, sublinhou o ministro Gennaro Sangiuliano, citado pela agência de notícias italiana ANSA.
A conferência de imprensa serviu para mostrar alguns dos artefatos roubados. A sua origem são escavações ilegais e o tráfico de antiguidades e o seu destino foram as coleções de museus, galerias e particulares, bem como algumas leiloeiras.
O destino destas 60 obras será o novo Museo dell’Arte Salvata, em Roma, dedicado precisamente a albergar obras roubadas e recuperadas por Itália e inaugurado em junho passado, e depois seguirão para museus próximos dos locais de onde se acredita terem sido pilhados.
A restituição foi possível graças à colaboração entre os Carabinieri per la Tutela del Patrimonio Culturale (TPC), a força italiana especializada em tráfico ilícito de antiguidades, e a Procuradoria-Geral de Nova Iorque.