Danilo Medina
A nova espécie de jiboia-anã Tropidophis cacuangoae
Uma equipa de cientistas descobriu, na floresta amazónica do Equador, uma nova espécie de jiboia-anã, considerada uma “relíquia” do mundo animal por ter vestígios de uma pélvis.
Investigadores do Instituto Nacional de Biodiversidade (Inabio), do Equador, descobriram uma nova espécie de cobra, que ganhou o nome de Tropidophis cacuangoae, revelou o Ministério do Ambiente equatoriano.
A designação é uma homenagem à ativista equatoriana Dolores Cacuango, pioneira na luta pelos direitos dos indígenas e fundadora das primeiras escolas bilíngues.
Com até 20 centímetros de comprimento, a nova espécie tem cores e padrões muito semelhantes aos de uma jiboia convencional.
Os dois exemplares de Tropidophis cacuangoae analisados no estudo foram encontrados na reserva nacional Colonso Chalupas, na província de Napo, e na reserva privada Sumak Kawsay, em Pastaza.
Estas serpentes “são uma relíquia do tempo, são animais tão antigos que, obviamente, encontrarmos um animal destes é um privilégio”, disse à agência AFP o investigador equatoriano Mario Yánez, do Inabio.
A espécie tem uma “pélvis vestigial, característica das serpentes primitivas, que é evidência da redução das extremidades nos répteis escamosos há milhões de anos, produto das pressões climáticas no Quaternário”, assinala Yánez, mostrando uma espécie de espinha dorsal que sobressai do corpo da serpente.
O espécimen masculino de Tropidophis cacuangoae (A) tem uma pélvis vestigial (seta vermelha), que se encontra ausente no espécimen feminino (B)
Participaram também no estudo, cujos resultados foram publicados no fim de dezembro na revista científica European Journal of Taxonomy, o equatoriano Mauricio Ortega, o norte-americano Alexander Bentley, a alemã Claudia Koch e o brasileiro Omar Machado Entiauspe Neto.
A descoberta elevou para seis o número de espécies do género Tropidophis, que é encontrado apenas na América do Sul.
A nova espécie de jiboia-anã é considerada endémica do Equador e seu habitat é nas florestas de altitude, que são áreas chuvosas, húmidas e com neblina.
