A diretora-geral do FMI, Kristalina Georgieva, prevê que metade dos países da União Europeia (UE) entrará em recessão durante este ano devido aos impactos da guerra na Ucrânia, antevendo um “ano mais difícil” do que 2022.
A UE “foi severamente atingida pela guerra na Ucrânia“, afirmou no programa da televisão norte-americana CBS, “Face the Nation”, gravado ainda em 2022 e emitido no domingo. “Metade da UE estará em recessão no próximo ano [2023] “, antecipou, citada pelo Jornal de Negócios.
Este ano será “mais difícil” para a economia global do que 2022, uma vez que os principais motores do crescimento global estão a registar um abrandamento.
“As três grandes economias – Estados Unidos, UE e China – estão a desacelerar em simultâneo”, referiu a líder do FMI, indicando que a economia norte-americana “é mais resiliente”, podendo ainda “evitar a recessão”.
Georgieva considerou que há um dado positivo, que é o do mercado de trabalho nos EUA. Mas “a Fed [Reserva Federal] pode ter de manter a política monetária mais apertada (com taxas de juro mais altas) e por mais tempo para reduzir a inflação”.
Segundo o FMI, a economia mundial deverá desacelerar para 2,7% em 2023, abaixo dos 3,2% do ano anterior, mas poderá ser “ainda mais baixo”, avisou a diretora-geral. Aos bancos centrais, aconselhou: “é preciso ter uma queda credível da inflação e apenas depois poderão pensar em recalibrar a política de juros”.
A inflação mundial deverá descer para 6,5% em 2023, depois dos 8,8% de 2022, de acordo com as projeções mais recentes do FMI publicadas em outubro, podendo já estar desatualizadas.