Ao todo, três árbitras foram escaladas para apitar no Mundial do Qatar: além de Frappart, Salima Mukansanga, do Ruanda, e a japonesa Yoshimi Yamashita.
Antes do torneio, o presidente do Comité de Árbitros da FIFA, Pierluigi Collina, quase parecia menosprezar o facto histórico de mulheres comandarem jogos no Mundial masculino.
“Elas não estão aqui porque são mulheres, mas como árbitras da Fifa”, disse. Ele afirmou que a nomeação das mulheres é “prova de que é a qualidade e não o género” que conta.
“Exemplo para milhões”
“Estamos mais sob os holofotes agora”, disse Frappart antes do Mundial. “Mas sempre defendi que deveríamos ser reconhecidas pelas nossas conquistas, e não pelo nosso género.”
Frappart, de 38 anos, apitou a sua primeira partida masculina aos 19 e atua como árbitra em partidas internacionais desde 2011.
Apesar do seu 1,64 metro de altura, Frappart tem uma presença em campo que impõe autoridade, instruindo os jogadores com gestos enérgicos e recomendações claras. “Não sou alta. Não sou tão forte quanto alguns dos meus colegas homens. Mas eu faço-me ouvir”, afirma.
Nos últimos três anos e meio, Frappart conquistou uma série de honras: arbitrar uma final de Mundial feminino pela primeira vez, tornar-se a primeira mulher a arbitrar uma partida masculina da Ligue 1 francesa, uma partida masculina da Champions League e uma competição masculina de qualificação para o Mundial.
Também se tornou a primeira mulher a arbitrar uma grande final do futebol masculino: a final da Supertaça da UEFA de 2019, entre Chelsea e Liverpool. “Já era hora“, disse na ocasião o técnico do Liverpool, Jürgen Klopp. “Estou muito feliz por podermos fazer parte deste momento histórico.”
Frappart sabe, então, exatamente o que é ser uma pioneira – e não dá muita importância a isso, porque na verdade é sempre um jogo como outro qualquer: “O futebol é o mesmo, as regras são as mesmas.”
Frappart afirma que as árbitras fizeram grandes progressos nos últimos anos. “Não é mais uma surpresa ver árbitras em jogos masculinos.”
ZAP // DW