“Este é um caminho promissor para melhores processos agrícolas, melhor nutrição e, consequentemente, melhor qualidade de vida para toda a população mundial”.
Duas agências da ONU – a Aiea, Agência Internacional de Energia Atómica, e a FAO, Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura – uniram-se para uma iniciativa inédita em todo o mundo: enviar sementes para o Espaço, a fim de colocá-las em condições extremas que ajudem a desenvolver novas culturas mais resistentes às mudanças climáticas.
As duas primeiras espécies eleitas para a experiência foram a planta Arabidopsis, já amplamente utilizada em testes genéticos devido às suas características, e o grão Sorgo, que possui grande variedade de nutrientes e já é muito usado para alimentação humana e também nos processos de produção de ração animal e etanol.
As sementes das duas espécies ficarão expostas durante cerca de três meses a ambientes internos e externos da Estação Espacial Internacional em condições de microgravidade – “uma mistura complexa de radiação cósmica e temperaturas extremamente baixas”, segundo a Aiea.
Após esse período, as sementes retornarão à Terra e serão monitoradas de perto pelos cientistas das duas agências da ONU, a fim de identificar possibilidades de mutação para novas variedades de suas espécies.
“Milhões de pequenos agricultores em todo o mundo lidam, diariamente, com condições de cultivo cada vez mais desafiadoras. Esse experimento pretende dar luz à capacidade da ciência nuclear em contribuir nesse cenário de combate às mudanças climáticas, a partir do fornecimento de sementes resilientes e de alta qualidade que vão ajudar esses agricultores a adaptar-se ao clima e a aumentar o seu suprimento de alimentos”, explicou Rafael Grossi, diretor-geral da Aiea.
Ainda segundo ele, apesar de este ser o primeiro experimento feito no espaço, a Aiea e a FAO já atuam há quase 60 anos, de forma conjunta, na indução de mutações em plantas, visando desenvolver novas variedades de culturas agrícolas. A parceria já criou cerca de 3,4 mil novas variedades de mais de 210 espécies de plantas, que já foram liberadas oficialmente para uso comercial em 70 países.
“Este é um caminho promissor para melhores processos agrícolas, melhor nutrição e, consequentemente, melhor qualidade de vida para toda a população mundial”, finalizou Grossi.
Embora não pertença ao grupo que não NUNCA aceitam os organismos geneticamente modificados (OGN), neste caso assemelha-se muito a isso ,mas continuo a referir que na história da agricultura, o homem sempre selecionou as melhores planta para determinado objetivo e depois propagava essa planta para poder ter um nº suficiente de plantas para serem cultivadas. O problema pode surgir é deixar reproduzirem as plantas rejeitadas pelo homem, em detrimento daquelas que ele selecionou. Bem sei que menos as plantas rejeitadas deverão ser preservadas porque num futuro, mesmo longínquo poderão vir a ter caraterísticas úteis. E é para isso que , julgo que no Alasca , há um Banco de sementes onde se preservam o maior º de sementes de plantas com caraterísticas diferentes.