Novo balanço do sismo na Indonésia eleva número de mortes de 268 para 310

Mast Irham/EPA

Dia seguinte à tragédia na Indonésia

Localizada no chamado “Anel de Fogo” do Pacífico, onde as placas tectónicas se encontram, a Indonésia, com mais de 270 milhões de habitantes, é regularmente confrontada com terremotos.

O número de mortes provocadas pelo terramoto que abalou segunda-feira a ilha indonésia de Java subiu de 268 para 310, segundo o mais recente balanço da agência nacional de resposta a desastres naturais.

O diretor da agência, Suharyanto (muitos cidadãos indonésios têm só um nome), adiantou que o sismo, com uma magnitude de 5,6 na escala de Richter, causou também deslizamentos de terra e destruiu vários edifícios residenciais no oeste da ilha, salientando que estão ainda desaparecidas 24 pessoas, que estão já identificadas.

Segundo Henri Alfiandi, chefe dos serviços nacionais de emergência, as buscas vão prolongar-se até segunda-feira, ou até mais, se todos os corpos não forem encontrados até lá. “Os problemas são a instabilidade do terreno, a espessura dos deslizamentos de terra, agravados pelas chuvas contínuas, e o receio de réplicas”, explicou ao canal de televisão local Kompas.

Muitas das vítimas são crianças, algumas das quais estavam nas salas de aulas. Uma menina de sete anos, que os socorristas procuravam há vários dias, foi encontrada hoje morta nas ruínas de uma casa que desabou no distrito de Cianjur, perto do epicentro do terremoto. “O corpo foi imediatamente entregue à família, que, arrasada, procedeu, de imediato, ao funeral”, indicou Jeksen Kolibu, um socorrista de 28 anos.

Várias equipas de resgate tentaram quinta-feira limpar os destroços da casa onde a família pensou que a menina se encontrava no momento do terremoto. No entanto, acabou por ser encontrada nos escombros de uma outra habitação, sob três camadas de cimento, com muito pouco espaço para respirar.

A descoberta na noite de quarta-feira de um menino de 6 anos, Azka, que sobreviveu sob os escombros durante dois dias, reavivou as esperanças de encontrar mais sobreviventes.

Segundo o balanço mais recente do sismo, mais de 2000 pessoas ficaram feridas, cerca de 56.000 casas foram danificadas e mais de 62.000 residentes ficaram desalojadas, sublinhou Suharyanto.

Localizada no chamado “Anel de Fogo” do Pacífico, onde as placas tectónicas se encontram, a Indonésia, com mais de 270 milhões de habitantes, é regularmente confrontada com terremotos ou erupções vulcânicas. Este é o sismo mais mortífero no país desde 2018. Cerca de 7000 terramotos são registados anualmente, a maioria dos quais moderados.

Em fevereiro, um terramoto de magnitude 6,2 matou pelo menos 25 pessoas e feriu mais de 460 na província de Sumatra Ocidental. Em janeiro de 2021, um sismo de magnitude 6,2 matou mais de 100 pessoas e feriu quase 6500 na província de Sulawesi Oeste.

Uma das catástrofes mais mortais do país ocorreu em 2004, quando um forte sismo no norte da ilha indonésia de Sumatra desencadeou um ‘tsunami’ que fez mais de 226 mil mortos numa dezena de países banhados pelo oceano Índico, a maioria dos quais na Indonésia.

// Lusa

Siga o ZAP no Whatsapp

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.